quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Nº 1 * Madonna - Ray Of Light


A música pop era algo bem comum no ano de 1998, dificilmente alguém fazia algo um pouco diferente, mas para Madonna ser comum e fazer igual nunca é interessante. Por isso ela resolveu se juntar a produtores novos e desconhecidos pra fazer algo totalmente diferente do que era feito até então.
É claro que em 1998 já existia música eletrônica, mas não é exagero nenhum afirmar que Madonna foi a responsável por inserir a música eletrônica no pop. Até então a coisa era meio segmentada, existia o trip-hop do Portishead, Massive Atack, e existia também os batidões eletrônicos do Prodigy, mas Madonna foi a primeira a juntar tudo isso no liquidificador do pop.
Acho que o primeiro flerte de Madonna com a música eletrônica foi em
“Bed Time Stories” (a música, não o álbum), e logo depois o casamento ficou mais sério com a gravação da balada “I Want You” ao lado do Massive Atack.
Mas a verdade é que diversos fatores influenciaram a grande mudança nas sonoridades de Madonna, ela tinha acabado de ser mãe pela primeira vez, acabado de completar 40 anos e de se converter a Cabalah. Junte tudo isso ao espírito inovador de Madonna e produtores excelentes e pronto, esta feito o melhor CD da carreira da Madonna e além disso um CD que mudou completamente a música pop. Hoje é completamente impossível ouvir um CD pop que não tenha recursos da música eletrônica, e tudo começou com Ray Of Light.
A nova personalidade de Madonna já da as caras logo no inicio, sai a garota materialista e entra a mãe cabalista.
“Drowned World/Substitute for Love” é uma linda balada que fala sobre o que é (ou deveria ser!) importante na vida, é uma canção sobre ter tudo e perceber que esse tudo na verdade não é nada. A música começa calma num clima de trip-hop de muita classe, totalmente eletrônica e a voz de Madonna linda como nunca. Do meio pro final a música vai ficando mais urgente com Madonna quase gritando a letra, como se tivesse uma urgência enorme de que o mundo todo ouvisse esta canção e aprendesse essa lição, apenas a primeira do CD.
Mas a calmaria da primeira música não dura muito,
“Swim” vem logo depois pra começar a agitar o clima. Os efeitos na voz de Madonna nessa música são ótimos, e dão uma impressão de que em um momento ela esta cantando no fundo da sala e logo depois do teu lado! É super animadinha sem ser super dançante, e tem uma letra super séria sobre a realidade da nossa sociedade, pra fazer pensar e divertir ao mesmo tempo!
Ela realmente deve ter sido tocada por um raio de luz quando fez essa música
. “Ray of Light” é a música perfeita, seja pra começar ou pra terminar o dia, impossível não se animar, impossível ficar parado, impossível não cantar junto. Guitarras fortíssimas e batidões eletrônicos por toda a música pra animar mesmo a galera, pra esquecer de todos os problemas, jogar tudo pro alto e mandar o mundo se foder.
Este CD é onde começa a vida eletrônica da Madonna, mas também é onde ela começa a flertar com o rock.
“Candy Perfume Girl” começa com uma guitarra bem suave, quase uma semibalada rock eletrônica. Música feita pra divertir, sem ter muito o que dizer, mas mesmo assim diz! No final da música uma Madonna mais furiosa aparece com a guitarra na mão e espalhando o seu doce perfume.
“Skin” é a minha música preferida da Madonna, posso ficar horas ouvindo ela repetidas vezes. A canção é urgente, me passa a impressão de que o mundo vai acabar em um minuto e tenho que fazer tudo o que nunca fiz neste minuto. É uma música que me da animo pra fazer qualquer coisa, mesmo que o dia tenha sido uma bosta, aliás, sempre escuto essa música antes de sair pra balada, é como um ritual de preparação, na verdade pra mim todo mundo deveria escutar essa música de manhã antes de sair de casa.
Neste CD não estão apenas as melhores músicas da Madonna pra mim, estão também as melhores letras, as mais confessionais, e as mais reflexivas, como em
“Nothing Really Matters” onde mais uma vez Madonna questiona o valor que damos as coisas. É incrível a forma que ela coloca uma letra tão séria num batidão feito pra dançar e mesmo assim funciona. Pra mim funciona como uma música de volta por cima, de redenção, de seguir em frente apesar de todos os problemas. Foi o último single lançado do CD, e é uma das melhores do álbum, além de ter um clipe perfeito.
Este CD é super influenciado pela cabalah, e
“Sky Fits Heaven” tem uma das letras onde mais se percebe esta influência. A música é mais uma vez Madonna usando a pista de dança para tratar de assuntos sérios. A música é rápida, uma lição que tem que ser pega no ar e encerra o lado mais agitado do CD com batidas fortes e mais uma vez guitarras distorcidas. Música pra correria do dia a dia, pra ouvir enquanto esta atrasado e pensar na vida que se leva.
Que outra cantora teria a audácia de colocar em seu CD um mantra? Madonna faz isso em
“Shanti/Ashtangi”, uma linda prece que Madonna transformou em uma pérola eletrônica. E funciona! A música se encaixa perfeitamente no clima do CD, e você acaba cantando junto mesmo sem saber o que esta cantando!
Madonna realmente queria inovar neste CD, fazer algo completamente diferente de tudo o que já tinha sido feito, inclusive por ela.
“Frozen” é a música que deu partida nesta mudança, foi o primeiro single do álbum e não teria melhor escolha, a música é linda e vai ficar pra sempre marcada como um dos grandes sucessos da carreira dela. A Canção é uma balada sobre como as pessoas devem abrir o coração e se entregar num relacionamento e na vida. Mais uma lição que Madonna nos ensina, e de forma fantástica, pra mim esta é uma das melhores músicas de todos os tempos, além de ser o meu clipe preferido entre todos. A voz de Madonna nessa música esta tão doce, tão franca, e nos leva pra uma viagem pra dentro de nós mesmos, uma viagem através dos nossos sentimentos e medos.
E nesse Cd também tem canção para os corações partidos, a linda
“The Power of Goodbye”, onde Madonna parece mais uma vez escancarar os seus sentimentos e toda a sua dor por um amor que se foi. Mas a mensagem da música é clara, por mais difícil que seja, o adeus as vezes é necessário e faz um bem danado. Música pra chorar por que o namoro terminou, mas já olhando a luz no fim do túnel.
Alguma vez você já quis muito alguma coisa e viu essa coisa escapar das suas mãos? Pois este é o sentimento envolvido em
“To Have and Not to Hold”, música perfeita pra alguém que já perdeu alguém que amava muito. É uma balada com um fundo latino, que fala sobre o quanto as coisas são passageiras em nossa vida, sobre as coisas que temos hoje em nossa mão mas que na verdade não possuímos.
Madonna tinha acabado de ser mãe quando gravou este CD, e as mudanças da maternidade estão presentes em todas as letras, mas é em
“Little Star” que ela faz uma homenagem a sua filha (e a todos nós!). A música é linda, uma verdadeira declaração de amor. Cantei muito essa música para o meu sobrinho quando ele era um bebê, pra que ele entendesse o quanto ele era especial. E essa música é exatamente isso, uma grande declaração de amor a qualquer pessoa que seja especial em sua vida.
Pra fechar o CD a música escolhida foi
“Mer Girl”
, que pra mim é a prova de que Madonna além de cantora é uma grande poeta. A letra dessa música é perfeita e extremamente confessional. Madonna escancara os seus sentimentos pra quem quiser ver. Esta música pra mim é quase um epitáfio, a história de uma vida, de uma vida bem vivida.
Madonna realmente mudou a música pop com este CD, abriu caminho pra um monte de gente nova de boa e de má qualidade, mas infelizmente nunca mais fez um álbum tão perfeito como esse, onde tudo simplesmente se encaixa, letras, voz, instrumentos, batidas , nada esta fora do contexto nesse CD. Agora o que resta é somente esperar que um dia ela faça algo que ao menos se compare a este CD.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Textinho que eu roubei do orkut da Dan, minha mais nova amiga de infância!

Eu não sei bem quem sou. Provavelmente eu nem seja mais... nem menos. Mas eu me lembro de quem eu fui e, acreditem, eu voava, quando costumava ser! Era tão fácil...! Eu tinha só sete anos. Bastava ficar 'na ponta dos pés' e eu já estava no teto. O tempo mudou tantas coisas... eu não sei mais quem eu sou, não sei mais se chego a ser, não sei mais nada de mim. Eu só sei que um dia eu tive sete anos... e só nessa época eu soube voar!

sábado, 29 de novembro de 2008

" Não é o que entra na boca de uma pessoa que a faz mau, e sim o que sai "

Pessoas entram e saem das nossas vidas todos os dias, é difícil se acostumar, mas é assim que a coisa acontece, um belo dia aquela pessoa que você tanto gosta e quem sempre foi especial pra você simplesmente não esta mais lá.
Eu sempre tentei me acostumar com esse grande problema da vida, o fato de saber que nem todo mundo que esta na minha vida hoje vai estar amanhã, mas é muito ruim isso sabia? É complicado imaginar que aquela pessoa com quem um dia você teve tanta afinidade, com quem um dia você dividiu os seus problemas, suas alegrias, ou somente passou uma madrugada falando besteira no msn não esta mais lá.
O que me dói na verdade não é saber que um dia as pessoas vão embora, mas é perceber a forma como algumas delas se vão, algumas sem ao menos dizer um adeus. Eu mesmo já tirei algumas pessoas da minha vida, e por mais que eu tenha parecido forte e indiferente quando fiz isso, me doeu tanto na hora, me doeu e ainda dói tanto ver aquele velho amigo e não saber mais o que se passa na vida dele. Daí eu fico me perguntando se também dói quando alguém me tira de sua vida, se eu vou fazer alguma falta pra pessoa, se ela vai se lembrar de mim ou se pra ela eu era só mais um alguém ali no canto sem nenhuma importância.
Bom, tem coisas que eu nunca vou ficar sabendo! É o mundo girando, todo mundo faz escolhas e em algumas nós acabamos ficando de fora.
Adeus Mr. Evil.

domingo, 16 de novembro de 2008

"As Pontes De Madison"

“Num universo de ambiguidades, este tipo de certeza só existe uma vez, e nunca mais, não importa quantas vidas se vivam."

quinta-feira, 13 de novembro de 2008


Ouça como seus dias se explicam
Desafie o que o futuro oferece
Tente e mantenha sua cabeça erguida
Amantes, eles podem causar suas lágimas
Vá em frente, se liberte dos seus medos
Levante e se dê valor
Não fique envergonhado em chorar
Você pode ser...
Você pode ser mau, você pode ser corajoso, você pode ser mais sábio
Você pode ser duro, você pode ser valentão, você pode ser mais forte
Você pode ser descolado, você pode ser calmo, você pode ficar junto
Tudo que eu sei é que o amor vai salvar o dia
Faça o que sua mãe disse
Leia os livros que seu pai leu
Tente solucionar quebra cabeças no seu proprio tempo
Alguns terão mais dinheiro que você
Outros terão outro ponto de vista
O tempo não faz perguntas, ele continua sem você
Deixando você pra trás se você não conseguir manter o passo
O mundo continua girando
Você não o parará, se você tentar
Essa é a melhor parte de olhar na cara do perigo
Letra de Des'ree

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Nneka - The Uncomfortable Truth

Pra Ouvir!

*Anthony David - Words (Feat. India.Arie)
*Duffy - Rain On Your Parade
*Gabriella Cilmi - Awkward Game
*Gossip - Keeping You Alive
*John Mellencamp - Peaceful World (Feat. India.Arie)
*Mark Ronson - Here Comes The Fuzz (Feat. Nikka Costa)
*Pink - Sober

Nº 2 * Lauryn Hill - The Miseducation Of Lauryn Hill


1998, eu tinha 14 anos quando esse CD foi lançado, e hoje pode parecer muito comum ouvir black music, ta na moda e em todas as rádios, mas em 1998 (gente já faz 10 anos!) não era nada comum um gay de 14 anos ouvindo hip hop.
Na verdade eu acho que muito do meu gosto musical não seria o mesmo se nessa época eu não tivesse freqüentado tanto a casa da minha amiga Aline, onde agente passava horas batendo papo e ouvindo os CD’s do irmão dela, e num dia qualquer aparece o CD de uma tal de Lauryn Hill. É claro que nessa época eu já sabia quem era Lauryn Hill, eu já tinha ouvido Fugees, e também já tinha assistindo um monte de vezes Mudança de Hábito 2, mas esse CD era simplesmente diferente de tudo o que se fazia na época.
O hip hop e a black music em geral já estavam criando forças e fazer fama fora dos Estados Unidos, mas o que se via geralmente era músicas de caras como Eminen, mulheres cantando era algo raríssimo de se ouvir, não que não tivesse, tinha ... e muitas, mas nessa época a fama ficava com os caras mesmo, e uma voz feminina só aparecia em uma ou outra música como participação nos vocais.
Agora imagina no meio disso tudo aparecer uma mulher que além de cantar, escreve as músicas, toca um monte de instrumentos, e ainda produz o CD. Lauryn fez isso, e fez muito bem. Fez um CD que agradou até quem não curtia muito black, um CD que agradava ao mesmo tempo pelas novidades no som de algumas músicas e pelo pé no passado clássico da black music de outras.
Depois de uma chamada na sala de aula onde Lauryn não esta, “Lost Ones” abre o CD com batidas e rimas fortes, e a impressão que se tem é que é uma música que Lauryn colocou ali logo no inicio pra impor respeito. A música fica mais suave no refrão, mas não se engane, essa música esta ali pra mostrar a força e o poder de Lauryn, e mostra!
Em “Ex-Factor” já surge uma Lauryn mais suave, sensual, romântica. É uma música tão bem trabalhada em todos os sentidos, que seria perfeita se fosse só instrumental ou só á capela, e tudo junto vira uma celebração ao talento de Lauryn. Logo de cara uma das melhores do CD, com um refrão maravilhoso e que eu levei um tempão pra decorar direito ... rs. Ah! E pra melhorar ainda tem um solo de guitarra fantástico no final da música.
Lauryn com toda certeza devia estar possuída de um espírito de muita luz no dia que escreveu “To Zion”. A música é linda, mas o maior mérito aqui vai pra letra, onde ela conta sua própria história de uma forma tão franca que é impossível não se emocionar se você souber o que ela está falando. Essa música ainda conta com a participação do Carlos Santana na guitarra, e não teria melhor acompanhamento. Essa música tem um tom meio triste, meio melancólico, mas a idéia é essa, colocar pra tocar e chorar.
“Doo Wop” é o nome de um tipo de banda que existia nos Estados unidos antigamente, que era formada por grupos que geralmente cantavam sem o acompanhamento de nenhum instrumento, e é também o nome de um verdadeiro tributo musical que Lauryn faz aos grupos de R&B de antigamente. A música é uma verdadeira festa, é como se tivesse umas cinco Lauryn’s cantando juntas, é música pra animar o dia, e anima! É super moderna mas ao mesmo tempo poderia ser algum grande sucesso dos anos 50!
Se esse CD fosse uma festa, “Superstar” seria o momento de dançar coladinho, pegar o seu par e praticamente fazer uma dança do acasalamento, por que essa musica é sexy pra caramba. Super indicada pra ouvir a dois, de preferência na horizontal!
“Final Hour” é o momento em que Lauryn se lembra do seu passado no Fugees, a musica é a mais rap do CD, muito boa! Adoro ouvir mulheres cantando as rimas do rap, algo que como eu já disse era super raro quando esse CD foi lançado, mas aqui Lauryn mostra que sabe muito bem como por o seu lado gangsta pra fora!
Mas todo bom CD sempre tem aquela música de fossa né? Bom, esse tem mais de uma, e a primeira é “When It Hurts So Bad”. Mas essa é uma música de fossa pra quem já ta se recuperando, naquela fase “nem ai pra isso”. As batidas da música são clássicas, totalmente hip hop melódico, e com um final fantástico onde dá pra imaginar Lauryn com o dedo apontado na cara de um canalha qualquer.
E pra toda boa festa agente sempre chama os amigos, e foi o que Lauryn fez! “I Used To Love Him” tem a perfeita participação da Mary J. Blige, e não teria parceria melhor, a voz de Mary dá o tom exato pra essa música, uma espécie de bate papo entre amigas sobre o amor, cada uma contando a sua história e fazendo o refrão um verdadeiro bate boca de rimas.
Em “Forgive Them Father” Lauryn volta ao tradicional, é o tipo de canção que normalmente seria cantada por um homem com uma mulher fazendo apenas a voz do refrão, afinal rap é coisa de homem né? Não, não é! Lauryn leva a música toda sozinha, inclusive na hora das rimas.
Imagine um grupo de amigos se juntando pra fazer música, todos mais preocupados em se divertir do que levar a coisa a sério. O resultado dessa brincadeira é “Every Ghetto, Every City”, música totalmente despreocupada, feita só com a intenção de divertir. Só que mesmo quando Lauryn faz algo aparentemente sem se preocupar muito com a seriedade da coisa, bom, ela sempre sabe o que faz!
“Nothing Even Matters” é uma música que eu não gosto muito. Com a participação do cantor D’Angelo, é uma música meio chatinha, melosa de mais, na verdade até é uma música boa, mas não pra se ouvir sempre, tem que estar no clima, um clima soul e romântico.
“Everything Is Everything” foi o segundo single lançado desse CD e é perfeita! Mais uma vez Lauryn mistura o moderno com o clássico, e ao mesmo tempo em que a música é repleta de mixes a batidas super modernas, violinos clássicos acompanham a batida durante toda a música. O clipe dessa música é super bacana também, com Lauryn correndo pela ruas de Manhattam que depois se transformam num enorme vinil!
Lauryn tem um passado de cantora de coral de igrejas, e ela parece lembrar desse passado em “The Miseducation Of Lauryn Hill”. A música tem um clima super antigo, com barulhos de vinil pra ajudar no clima. A base da música é bem simples só piano e violinos, tudo pra valorizar a voz de Lauryn que esta fantástica.
Regravar um clássico é algo super complicado, você sempre corre o risco de fazer uma grande merda, ainda mais quando este clássico já tem tantas outras regravações.
Mas em “Can't Take My Eyes Off Of You” Lauryn supera até mesmo o original, botou batidas modernas na música mas sem alterar o clima dela, deixou mais moderna mas sem mexer no espírito da canção. A música é linda, romântica até dizer chega, falando de amor mesmo, desses que todo mundo quer, que todo mundo sonha. Trilha sonora perfeita para aquele pedido de desculpas depois que você fez uma grande cagada com o seu amor.
Pra fechar o CD Lauryn fez uma versão ao vivo de “Tell Him”. A música é linda e super cativante, te deixa com um puta gostinho de quero mais. É música pra dançar a dois, pra fazer amor, pra chorar sozinho num canto ... é a música mais bonita do CD pra mim!
E lá se vão 10 anos do lançamento desse CD! Depois dele Lauryn só lançou mais um CD (Unplugged), e todos os anos surgem milhões de boatos sobre o lançamento de um novo álbum, mas na verdade Lauryn parece estar bem desencanada desse assunto, faz um show aqui outro lá (inclusive um no Brasil no ano passado), mas CD que é bom nada. Então o que nos resta é curtir esse CD, que mesmo depois de 10 anos ainda é super atual e fantástico. Talvez seja melhor mesmo ela não lançar nenhum outro CD, ele deve saber o quanto vai ser difícil fazer algo melhor do que esse.

sábado, 25 de outubro de 2008

Os babacas das nossas vidas

Meu namoro terminou, aliás, terminaram com o meu namoro! De novo!
Fazem mais ou menos uns cinco anos que eu não tenho um relacionamento que dure mais do que um mês, e além disso, sempre fui confidente fiel de muitos dos meus amigos e amigas, e por isso acho que eu tenho um pouco de bagagem pra falar sobre essa coisa esquisita que é o relacionamento hoje em dia, e pra ilustrar melhor vou usar alguns exemplos.
1º Caso: Uma grande amiga minha tava namorando, vivendo dias felizes ao lado do cara, e já imaginando os dias ainda mais felizes que viriam (sim, por que essa história de viver o hoje é linda na teoria, mas quem é que não cria expectativas?). Se você perguntasse pra essa minha amiga como estava o relacionamento dela até poucos dias atrás, ela certamente diria que estava tudo as mil maravilhas, que se melhorar estraga. Daí um belo dia o boçal do namorado dela termina tudo dizendo que ela é uma mulher maravilhosa, super especial, mas que pelo pouco que conhece dela, sabe que ela nunca será a esposa que ele sonha e que não se imagina casando e tendo filhos com uma pessoa como ela!
Essa é a hora em que agente entra em choque e não entende mais nada, quer dizer que ela é linda, maravilhosa, trepa maravilhosamente mas não serve pra casar? Caralho! Em que século nós estamos mesmo? Por que essa frase parece ter recém saído da idade média ou no máximo da década de 30!
Daí eu fico aqui me perguntando, o que é que torna uma pessoa boa ou não pra se casar? Quais os critérios utilizados? Por que por mais careta que eu possa parecer, eu sou de uma época em que as pessoas se casavam por amor, ou no mínimo por uma questão de afinidade bem grande! Mas esse cara não, isso não serve pra ele.
Só pra você ter uma idéia, essa minha amiga é linda, inteligente, formada, engraçada, um ser humano formidável, mas nada disso conta pra esse cara, o que vale mesmo pra ele é ser boa dona de casa e ter quadril de parideira!!!
Logo eu sou obrigado a concordar plenamente com o que ele disse pra minha amiga, eu também não consigo imaginar uma mulher como ela casada com um boçal como esse, e dou graças a Deus por tudo ter terminado, por que só de imaginar minha amiga com a barriga encostada num tanque lavando cuecas tenho calafrios.
E o mais engraçado é imaginar o futuro desse cara. Vai acabar se casando com uma menininha tonta e burra mas que tem a bunda redondinha e os peitos durinhos, vai ter três filhos com ela, ela vai virar uma baranga e ele também, e depois de cinco anos de casado ele um dia vai cruzar com a minha amiga linda e gostosa pela rua e vai perceber a enorme cagada que ele fez da vida dele, vai voltar pra casa e se contentar em comer a baranga da mulher dele enquanto imagina que esta comendo a minha amiga.
2º Caso: Um grande amigo namorava a um ano com um cara super bacana, tinham um relacionamento super especial, era um casal lindo, até que esse cara termina com meu amigo por que não tem mais certeza do que sente por ele!
Faz um favor pra mim? Vai tomar bem no canto noroeste do cu né! Um ano depois e o cara ainda não é capaz de saber o que sente? Se fosse um moleque de 17 ou 18 anos tudo bem, nessa idade agente não sabe nada mesmo, mas um puta marmanjo não saber o que quer da vida?
Esse pra mim é um caso bem claro do eterno infeliz, o cara ta solteiro faz tempo e o sonho dele é encontrar um grande amor, ter um relacionamento bacana e alguém pra chamar de seu, e quando consegue tudo isso, bate aquela puta saudade da vida de solteiro, de galinhar, de beijar e trepar com Deus e o mundo! Daí ele vai e termina o namoro, passa um ou dois meses curtindo a vida de solteiro e depois volta a sonhar com um grande amor!
Gente, vamos facilitar? Quer um relacionamento? Quer mesmo? Então enfia na sua cabeça em primeiro lugar tudo aquilo que você vai ter que abrir mão por estar namorando, por que vida de casado é muito diferente da vida de solteiro, e não tem como ter um misto das duas (a não ser que você seja super moderno e entre em um esquema de “relacionamento aberto”).
Eu sempre falo pra pessoas o quanto dá trabalho manter um relacionamento, é uma coisa super complicada mesmo, uma verdadeira guerra contra o mundo e contra si mesmo todos os dias, mas é uma guerra que muitas vezes vale a pena, mas pra que pra fazer valer a pena você tem que querer muito, e nessas horas, qualquer tipo de indecisão conta muito contra. Não sabe o que quer da vida? Então meu filho, pare de empatar a vida dos outros que sabem o que querem. Se você não sabe se ama, não diga que ama, se não sabe se esta pronto pra um relacionamento, não faça de conta que está! Tem um ser humano do outro lado sabia?
E mais uma vez fica muito fácil adivinhar como vai ser o futuro desse cara, ele vai continuar pulando de galho em galho, tendo relacionamentos esporádicos, machucando outras pessoas, até o dia em que ele vai se ver com 40 anos, solteiro, sem nenhuma perspectiva de um novo amor e toda vez que olhar uma foto do meu amigo vai fazer beicinho e se lamentar pela grande merda que fez largando ele, um belo dia vai encontrar meu amigo pelas baladas da vida, vai ver o quanto meu amigo esta lindo e gostoso e vai ter uma vontade enorme de cortar os dois pulsos por ser tão idiota e não ter dado valor as pessoas maravilhosas que passaram pela vida dele.
3º Caso: Agora vamos falar de mim! Eu estava namorando um cara super bacana, tendo um relacionamento super gostoso, fazendo planos e feliz, por que finalmente eu tinha encontrado um cara que me tratava exatamente como eu mereço! Ele era um amor, não media esforços pra me agradar, era super carinhoso, e sempre fazia questão de deixar bem claro o quanto gostava de mim, até que um belo dia acabou!
Eu poderia terminar esse caso aqui, por que assim talvez de pra entender um pouco da minha situação. O que acontece é que o relacionamento acabou e ninguém nem ao menos se deu ao trabalho de me comunicar, o cara simplesmente sumiu do mapa, inventou uma desculpa qualquer e “pluff” ... sumiu do mapa! E agora eu to aqui sem saber o que aconteceu.
Daí eu fico pensando com os meus botões, onde foi parar aquele sentimento todo que ele dizia e demonstrava ter por mim? Acabou do nada? Sumiu? Quer dizer então que é assim que acontece com esse negócio de sentimento? Um belo dia você acorda completamente apaixonado por alguém e no outro passou? Por que se é assim mesmo que a coisa funciona eu realmente devo ter algum sério problema.
Daí eu sou obrigado a me repetir. Gente, se vocês não sabem se o que estão sentindo é paixão, carinho, amor ou gases, fique na sua, não invente pra agradar o outro, não vale a pena, seja sincero, falar sempre a verdade é um dos melhores presentes que você pode dar pra alguém. Ficar fazendo tipo, se fingindo de apaixonado é lindo, vai deixar o outro caidinho por você, mas precisa mesmo disso? Será que você é realmente uma pessoa tão vazia de sentimentos que precisa ficar fingindo o que sente? Bom, pensando bem deve ser!
Um outro ponto que tem que ser mencionado, também é sobre sinceridade. Pessoal, vamos ter um pouco de caráter? Acabou o amor? Fale! A paixão se foi? Fale! Conheceu um outro cara e ta completamente apaixonado? Fale! Não sente mais nenhum pingo de tesão pela criatura? Fale! Você já teve um relacionamento com esse cara, já teve algum sentimento por ele, então o mínimo que você pode oferecer a ele é a verdade.
A verdade dói? Sim, eu sei que dói, e por isso mesmo quase sempre agente fica tentado em contar aquela mentirinha ridícula pra evitar que o outro sofra com a verdade desoladora de que você não quer mais nada com ele, mas isso no fundo só piora as coisas. Aprendam uma coisa, mentira tem perna curta e uma hora ou outra agente vai acabar descobrindo toda a verdade, até mesmo por que, aquela mentirinha ridícula que você contou pra justiçar o por que estava terminando era realmente muito ridícula, e ninguém na face da Terra acreditaria nela. Então meu caro, tenha um último ato de nobreza e conte a verdade ao seu futuro ex-namorado, ele vai ficar com raiva, vai querer grudar você na parede e te rogar antigas maldições ciganas, mas depois que a raiva passar, ele vai ficar feliz de você ao menos ter explicado a verdade pra ele.
Sinceramente cada dia que passa eu acho essa coisa de relacionamento mais complicada, pra cada exemplo de relacionamento que deu certo eu conheço 30 que não deram! Mas o meu recado pra todo mundo que já penou na mão de qualquer tipo de babaca é que não desista, fechar a guarda não é a solução, muito pelo contrário, tem mais é que se jogar mesmo, amar, se foder, isso é a vida, e infelizmente essa é a única forma de aprendermos a não nos envolver com qualquer tipo de babaca, e nem de nos tornarmos babacas na vida de outras pessoas.
Isso tudo vale como lição sim, e um dia ainda vamos rir muito disso tudo, vamos rir bebendo cerveja e brindando aos imbecis que nos tiveram nas mãos e não souberam aproveitar!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Pra Ouvir!

*Alicia Keys & Jack White - Another Way To Die
*Amy Winehouse - Beat The Point To Death
*Appleton - Let It All Hang Out
*Asa - Subway
*Beyoncé - Kick Him Out
*Cibelle - London, London (Feat. Devendra Banhart)
*Cyndi Lauper - Echo
*Erykah Badu - Honey
*Fantasia - You Were Always On My Mind
*Gabriella Cilmi - Sweet About Me
*Gin Wigmore - Stealing Happiness
*Gossip - Listen Up! (2007 Version)
*Julieta Venegas - Limon Y Sal
*Mariza - Chuva
*Mayra Andrade - Tunuka
*Nikka Costa - I Gotta Know
*Nneka - Suffri
*Pink - I Have Seen The Rain
*Something Sally - Circles

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Nº 3 * Des'ree - I Ain't Movin'

Dificilmente eu vou conseguir colocar em palavras o real significado da Desree na minha vida. Sou apaixonado pela música dela desde que eu ouvi pela primeira vez, suas músicas marcaram momentos super importantes da minha vida e eu tenho “Dream Soldier” (título do seu último CD) tatuado no meu tornozelo.
Desree não é uma cantora muito conhecida, ela até tem duas músicas (Life e You Gotta Be) que são super famosas, mas dificilmente alguém sabe realmente quem ela é. Mas pra mim ela é uma das cantoras mais importantes dos anos 90, tanto que
You Gotta Be esta presente em todo tipo de coletânea musical dessa época.
I Ain’t Movin’ é o segundo CD de sua carreira, CD que trouxe a fama pra ela na Europa e nos EUA. O tipo de som do CD é algo único, muita percussão, pouco ou quase nada de instrumentos eletrônicos e a voz de Desree simplesmente perfeita.
Um barulho de chuva abre o CD, Desree começa a música conversando com a platéia e então finalmente se inicia
Herald The Day e se você acha que a Mariah Carey tem agudos fortíssimos é por que nunca ouviu essa música, mas não são agudos forçados, pelo contrário, se encaixam perfeitamente ao clima da música, que tenta mostrar as tempestades da vida e como elas sempre passam. Um dia perfeito pode começar com uma grande tempestade, o que vale é enxergar o que esta além.
Crazy Maze é uma música urgente, nos alerta sobre os problemas do mundo, tudo bem que o CD foi lançado em 1992, mas continua super atual. Desree usa essa música para falar sobre valores, sobre tudo aquilo que a sociedade julga importante e o quanto isso tudo na verdade é tão frívolo. Mas ela não soa chata, ela sabe como ser militante sem se tornar maçante, leva a música com urgência mas de forma tranqüila.
You Gotta Be foi a música que mudou a minha vida! Pode até parecer exagero mas não é! Essa foi a primeira música que ouvi Desree cantando e tem a letra mais perfeita do mundo, perfeita pra se ouvir naqueles dias em que você esta se sentindo um nada e sem lugar no mundo. “Você pode ser!” E não importa o que você deseja ser, você pode! Com certeza se um dia eu gravar um CD com a trilha sonora da minha vida, essa seria a faixa 1, e deveria ser a primeira faixa na vida de todo mundo que um dia achou que não iria conseguir algo. Só uma dica, além de ouvir a música, veja o clipe!
Desree escreve a letra de todas as suas canções, e eu acredito que esse seja um dos grandes motivos de eu ter tanta admiração por ela, por que uma pessoa qu
e escreve uma letra como a de Little Child merece todos os prêmios do mundo. Essa música talvez fique entre o Jazz e o Bolero, algo meio Sade, algo tão lindo que só não é melhor do que uma outra versão em voz e violão dessa mesma música. Desree consegue dar o tom certo nessa música, um tom de lamento mas sem ser triste.
Mas ela também sabe fazer música animada, e
Strong Enough prova isso! Desree mostra uma outra faceta sua nessa música, botando a banda toda pra tocar, misturando o clássico com o moderno (da época!) e fazendo dessa música uma divertida Jam Session.
Então Desree nos convida pra uma viagem em
Trip On Love. Sabe aquele clima de fim de tarde na praia que eu sempre falo? Ta aqui nessa música também! Super leve, divertida e mais uma vez com os agudos fantásticos. O legal dessa música é que Desree faz um verdadeiro dueto com ela mesma nessa música, coisa de louco total, mas é isso mesmo, é como se ela se dividisse em duas vozes e personalidades diferentes pra compor esse dueto.
Voz, violão e mais nada, até mesmo por que ela não precisa de nada além disso! Essa é
“I Ain’t Movin’” na maior parte do tempo, pura simplicidade, com no máximo uma percussão pra acompanhar algumas partes da música e um violino vez ou outra. E a voz dela é tão crua nessa música, ela não canta, fala com quem ta ouvindo, conta uma história, uma linda história. A música apesar de calma segue um ritmo tão rápido que as vezes dá a impressão de que ela vai perder a respiração na próxima estrofe, mas ela segue em frente!
E ela também sabe ser sexy! E faz isso em
Living In The City”, uma espécie de hino de amor a alma cosmopolita. Ela canta de forma suave mas sexy, brincando com a própria voz e com o seu amor pela cidade grande. A música tem uma levada funk bem sutil e um lado meio jazz que também é ótimo. Na verdade definir o estilo de Desree é algo super complicado, nada se encaixa e tudo se encaixa!
Tem uma coisa que eu acho super legal nas músicas dela, eu não sei muito bem que tipo de teclado se usava na época, mas existe um som de teclado presente nas músicas dela que eu nunca ouvi em nenhuma outra música. E é esse teclado que dá o tom de
In My Dreams, música animadinha que já vai dando um tom de final pro CD, final feliz é claro! Desree fala dos seus sonhos, e de como eles são simples mesmo quando são impossíveis.
Mas a música que vem pra fechar realmente o CD é a linda
Love Is Here, uma balada romântica no melhor estilo da época. Mais uma vez Desree mostra que não precisa de muita coisa além de sua voz pra fazer suas músicas, e aqui, ela somente um piano. Mas falar que essa é uma canção de amor é muito pouco, é mais do que isso, é uma canção de muito amor, amor sofrido, doloroso, daqueles que realmente fazem o peito doer. É a trilha sonora dos corações partidos, dos corações desenganados. A música tem um clima de sofrimento tão grande, que chega a dar um negócio no peito só de ouvir. É realmente um tipo de canção de amor que não se faz mais.
Desree na verdade não era uma cantora tão desconhecida, na sua Inglaterra natal ela ficou bastante famosa e chegou a ganhar vários prêmios importantes, mas hoje, depois de tantos problemas com a sua gravadora, ela simplesmente decidiu parar de cantar, e não faz nem shows mais, uma pena pois eu daria todo o dinheiro do mundo pra ver ela cantando ao vivo ao menos uma vez.
"As nossas cicatrizes têm o poder de nos recordar que o passado foi real."

terça-feira, 16 de setembro de 2008

"Mrs. Dalloway, sempre dando festas para esconder a solidão"

A grande verdade é que eu tenho sérios problemas pra lidar com algumas feridas, me faço de forte, passo por cima dos meus sentimentos, fazendo de conta que sempre esta tudo bem!
O problema esta no fato de algumas feridas sempre insistirem em voltar a sangrar, parecendo que na verdade nunca foram cicatrizadas, e não foram! Acabo fugindo de tudo aquilo com que eu não consigo lidar, passo por cima, finjo que esqueço, pulo pra outra, e dessa forma vou mantendo certas feridas abertas, colecionando esses machucados que ainda teimam em sangrar. Daí um belo dia eu resolvo cutucar essas feridas, elas tão lá quietas, quase esquecidas, mas eu vou lá e cutuco, numa atitude masoquista de quem acredita que simplesmente não adianta passar por cima de tudo e seguir em frente, certas feridas são pra ser vividas.
Mas a verdade é que tem coisas que agente vai perdendo pelo caminho, o destino vai se encarregando de decidir quem vai e quem fica, sem nem ao menos pedir a nossa opinião pra saber o que agente acha de tudo isso. Daí um belo dia agente bate de frente com uma dessas feridas que foi levada pelo destino e fica aqui, largado num cato da casa tentando entender o por que as vezes esse tal de destino é tão cruel, e o por que quase sempre ele não concorda com agente.
Eu sempre preferi acreditar que as coisas acontecem exatamente como devem acontecer, que tudo o que foi era pra ser e o que não foi, bom, foi melhor assim. Mas como agente lida com isso? Como agente lida com as coisas que não foram e ninguém parou pra nos explicar o motivo? Como agente lida com essas feridas que ainda teimam em sangrar?
Ainda continuo passando por cima dessas feridas que eu não sei lidar, ainda continuo acreditando que essas feridas são necessárias, mas ainda prefiro que elas fiquem lá, guardadas num canto do meu coração em que eu nunca, ou quase nunca vou.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Pra Ouvir!

*Appleton - Sugarman
*Jordin Sparks - One Step At A Time
*Kelly Rowland - Daylight
*Joss Stone - My God
*Madonna - Triggering Your Senses

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Nº 4 * Amy Winehouse - Back To Black


Louca, bêbada, drogada, podem falar o que quiser sobre Amy Winehouse, mas uma coisa ninguém pode negar, ela tem muito talento.
Conheci o trabalho de Amy bem antes de ela ficar famosa no Brasil. Logo que ela lançou o seu primeiro álbum (Frank) eu já tive acesso as musicas dela, e era algo impressionante. Com sua voz forte, emocionada, ela me conquistou logo na primeira música. Amy lembra as grandes cantoras negras de antigamente, não só pela sua voz mas também pelo seu estilo, eu me lembro de como fiquei surpreso ao ver uma foto sua pela primeira vez, uma garota branca, com cara de rica, e fazendo um tipo de música negra que a muitos anos não se ouvia.
Amy é o tipo de caso de artista engolido pela fama, os problemas com álcool e drogas já existiam, mas foi somente depois de começar a fazer sucesso que as coisas pioraram. Se prestarmos atenção, já da pra perceber uma certa diferença na voz dela entre o primeiro e o segundo CD, mas Amy continuou, e pegou todos problemas pessoais que surgiram com a fama do seu primeiro álbum, e fez um segundo CD ainda melhor.
Back To Black é uma obra prima, acho que nunca no mundo da música alguém escreveu musicas tão pessoais e tão diretas quanto Amy nesse CD. Amy praticamente não usa meias palavras, é direta, não tem pudores, sua musica é crua, completamente diferente do que estamos acostumados a ouvir hoje em dia.
O triste de tudo isso é ficar imaginando quanto tempo Amy ainda vai durar. Ela tem um talento que a faria certamente permanecer pra sempre no hall das grandes divas da música, mas hoje, com tantos problemas por conta das drogas que usa, ela vai acabar sendo lembrada apenas como uma grande cantora que foi morta pelo vício.
Amy está no fim, acho muito difícil que nessa altura do campeonato ela ainda consiga se recuperar do vício, largar as drogas e voltar a ter uma vida um pouco mais normal. Mas por outro lado, isso é Amy, todos esses problemas fazem parte do que ela é, e talvez o seu talento venha justamente disso, de não esconder os problemas, mas sim cantar todos eles.
Rehab abre o CD já explicando como Amy enfrenta as coisas “They tried to make me go to rehab but I say no, no, no”. Logo na primeira música Amyescancara sua vida pessoal e seu relacionamento com as drogas, e mais, deixa bem claro que se isso tudo é um problema para os outro, pra ela não é! A banda perfeita que a acompanha faz da música um clássico, todo mundo sempre vai se lembrar de Amy e todo mundo sempre vai se lembrar de Rehab.
Amy além de tudo é sempre muito irônica em suas letras, essa é a sua forma de encarar as coisas e em You Know I’m No Good, usa essa ironia pra falar de amor, ou a falta disso! A canção fala de um caso de amor que não deu certo, e enquanto ele perde tempo tentando entender o que deu errado, Amy simplesmente segue em frente, foi bom, mas acabou, aliás ... nem foi assim tão bom.
E se realmente a intenção desse CD era voltar ao Black, Amy chega ao ápice em “Me & Mr Jones. O clima é de volta no tempo total, a banda, os vocais em estilo do woop e a voz de Amy simplesmente perfeita! Se essa música tivesse sido lançada a 50 anos atrás, com certeza seria um dos maiores sucessos da época e seria lembrada e cantada até os dias de hoje.
Just Friends tem uma levada meio reagge, aquele momento mais animadinho do baile, onde os casais começam a dançar menos românticos e mais animados. Uma canção simples, com uma melodia simples, uma letra fácil e o resultado é uma música encantadora.
Como sobreviver a um grande amor? Acho que essa é a pergunta central que Amy nos faz em Back To Black, e a resposta ela mesmo da, não se sobrevive! Essa é uma das mais lindas canções do CD, o clima é fúnebre, e é assim por que nessa música Amy sepulta o seu amor, nos mostra que a única forma de terminar um amor é mata-lo, cortar pela raiz. Amy fala mais uma vez de sua vida pessoal, do fim do seu relacionamento com seu marido e de como isso nunca poderia ter dado certo realmente. E então Amy fica realmente desolada e anuncia Love Is A Losing Game”, melancolia pura nessa canção, ela não chega a ser triste é só melancólica mesmo, é Amy entregando os pontos, desistindo dessa coisa estranha que é o amor. É música pra se dançar de rostinho colado pela ultima vez, uma despedida.
Tears Dry On Their Own é uma música mais animadinha, não que a letra seja sobre temas felizes, mas o clima é! Amy já se recupera, não vai perder o seu tempo com essa bobagem de sofrer, isso não adianta nada. O melhor a fazer é pegar outra bebida e puxar alguém pra dançar que o baile animou novamente.
Mas mesmo sendo tão forte, Amy tem um coração, e esse coração também sofre. Sabe quando você se faz de forte pros amigos, diz que ta tudo bem, mas quando chega em casa desaba? A trilha sonora vai ser Wake Up Alone ! A música é triste, um lamento de Amy pelo o amor que acabou, mas as coisas vão melhorar, ela vai seguir em frente!
E mais uma vez Amy volta ao Black, desta vez em “Some Unholy War. Mais uma vez o vozeirão, os vocais, só que desta vez com um sopro de modernidade, Amy volta ao black mas mantém um pé no hip hop com uma batida que dura a música toda!
E pra fechar o CD, a minha preferida. He Can Only Hold Her fecha o CD num clima perfeito, depois de todo o turbilhão de emoções das outras musicas, Amy nos apresenta essa canção leve, gostosa, chamando todo mundo pra dançar pela ultima vez. E Amy vai se despedindo em grande estilo, mais uma vez acompanhada de sua banda fantástica, e a música vai terminando e você pode perceber as pessoas indo embora com um grande sorriso na cara, a noite foi boa, passamos por todos os sentimentos e sobrevivemos.

Ouvir esse CD por um lado me deixa um pouco triste, Amy chegou no seu melhor nesse CD, e me fez imaginar todas as coisas maravilhosas que ela ainda iria fazer, mas agora, no meio de tantos problemas pessoais e drogas, tenho que me contentar com o que ela fez até aqui, que por sinal, foi muito mais do que um monte de gente tem feitos em anos por ai. Depois dela, todo dia pipocam na internet “novas Amy”, algumas muito boas outras nem tantos, mas nenhuma com a combinação de fatores que levaram Amy ao estrelato, ela é única, e não tem como ser copiada.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Nº 5 * Macy Gray - The Id

Id, uma das três instâncias básicas da personalidade, junto ao ego e ao superego. O id refere-se ao conjunto de impulsos instintivos do indivíduo, necessidades biológicas, desejos e motivações afetivas primárias que, sob o princípio do prazer, buscam uma realização imediata pressionando o ego, que opera com o sentido de realidade para obter tal realização.
The Id é o segundo CD da Macy Gray. Seu álbum de estréia já tinha sido um estouro de vendas nos Estados Unidos e muito aclamado pela critica, que começou a se referir a Macy como “a nova diva da black music”, e começou a compara-la com nomes de peso como Aretha Franklin. Com todo esse peso de responsabilidades nas costas, Macy lançou o seu segundo CD em 2001 com a tarefa de mostrar que era capaz de manter a mesma qualidade do CD anterior, e fez melhor, se superou!
The Id é um CD muito mais bem trabalhado que o anterior “On How Life Is”, Macy se mostra muito mais segura, a ponto de se colocar muitas vezes em segundo plano para que a fantástica banda que a acompanha se tornasse a estrela da canção. Já tive o prazer de ver Macy ao vivo, e no palco ela é puro id.
“Relating to a Psychopath” abre o CD já impondo o clima, a festa vai começar e temos uma louca no comando. Impossível não lembrar dos bailões de black de antigamente, mas tudo muito moderno, muito contemporâneo, com a voz de Macy algumas vezes modificada pelo computador.
Praia, Sol, uma caipirinha, fim de tarde, a musica que vai estar tocando é “Boo”, um tipo de musica que eu adoro, musica felizinha, calminha, que serve tanto pra se ouvir entre amigos como pra namorar num clima gostoso.
Um violino dá um tom meio mórbido, Macy começa a cantar meio que falando, ela dá um aviso aos ouvintes, se preparem é “Sexual Revolution”! Essa música é simplesmente fantástica, sem duvida alguma uma das melhores dela e o ponto alto de qualquer show que ela venha a fazer. A música não é só um convite a festa, é um verdadeiro convite a cair na gandaia e se render a todo tipo de prazer proibido. Impossível ficar parado!
E que tal colocar crianças pra cantar? Macy fez isso em “Hey Young World, Pt. 2”, e a musica é quase uma brincadeira, mas uma brincadeira séria, com uma mensagem linda, e com Macy se divertindo enquanto canta num verdadeiro clima de roda.
“Sweet Baby” foi o primeiro single do CD, e é muito óbvio o motivo. A voz rouca de Macy esta mais emocionante do que nunca, apaixonada, te chama a cantar junto. Uma canção de amor sem ser melosa.
É claro que se ela é a nova diva da black music, ela teria que ter um pezinho no funk. Em “Harry” Macy usa dessa fonte, mas mais uma vez de uma forma super moderna, aliás a musica é uma mistura louca, começa com uma espécie de rap e vai entrando numa onda mais funkeada, onde na maior parte da música Macy abandona os vocais pra dar lugar as suas maravilhosas backin vocals.
“Gimme All Your Lovin' or I Will Kill You”, precisa falar mais alguma coisa? Adoro a letra dessa musica, que Macy canta passando pra quem ouve um cinismo absurdo! Pra ela é uma coisa muito simples.
E Macy também sabe fazer baladas românticas. Mas esqueça essas baladinhas que você ta acostumado a ouvir no rádio, por que “Don't Come Around” é muito mais do que isso. Além de uma letra super confessional, a voz dela ta perfeita nessa musica, transmitindo a emoção exata, e você fica imaginando como essa mulher de voz rouca pode tornar essa mesma voz tão potente. Destaque também para os vocais dessa música que são feitos pela Sunshine Anderson. O minuto final dessa música é de fazer qualquer um cair de joelhos, mérito total de Macy, que além de cantar, controla toda a banda.
Bom, mas vamos voltar pra festa? “My Nutmeg Phantasy” é Macy cantando o que ela mais sabe cantar, músicas de vingança! Sim, ela faz lindas canções de amor, mas como ela é ainda melhor quando esse amor todo acaba. O clima é totalmente de bailão, todo mundo cantando junto, a banda toda tocando e cada hora um com mais destaque e pra terminar Angie Stone (perfeita!) funkeando muuuuuuito com Macy. E quando você pensa que vai acabar, não acaba, a musica vai se arrastando, dando aquele clima de fim de baile, de última musica, até acabar com todo mundo cantando junto de novo num duelo de vozes.
Pois é, mas ainda não acabou! Lembra da praia do inicio? Pois bem, voltamos a ela em “Freak Like Me”, na verdade uma canção de motivação, uma espécie de “I Will Survive” beeem mais calma. Mas é impossível ouvir e não se animar, é a típica musica feliz!
Senhoras e senhores, “Oblivion”! Musica de circo, não tem outra forma de definir essa música além disso. A música vai crescendo, crescendo, quase que explodindo, chegando a um ponto que você já ta quase perdendo o fôlego e acaba. Não sei definir muito além disso ... ah, já sei ... o melhor momento do show!

E aquele era realmente o melhor momento do show, não que “Forgiveness” seja ruim, muito pelo contrário, mas não serve como música pra fechar o CD, e na maioria das vezes você acaba tirando o CD antes que ela comece, o que é uma pena, por que apesar de estar mal posicionada no CD, é uma canção bonita, mas que infelizmente não mostra nada to talento que Macy demonstrou no CD inteiro. É a musica que deveria ter ficado de fora, e depois ter sido jogada na internet como um b-side, agradaria muito mais. Massss apesar de tudo isso a música não é de todo ruim, tanto que pra se redimir, Macy colocou a banda toda pra tocar no final da música, o que acaba sendo algo super bacana e que se estende em “Blowin' Up Your Speakers”, faixa instrumental que realmente fecha o CD.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Já reparou como a gente sempre muda de opinião sobre os homens que passam na nossa vida?
Hoje eu tava batendo um papo comigo mesmo (sim, sou esquizofrênico!), e eu acabei percebendo o quando as coisas mudam quando não estamos mais com o cara, e geralmente muda muito.
Aquele cara que era super bacana, de quem agente gostava tanto, o cara que todos os seus amigos gostavam, que você fez 1247 planos sobre o futuro juntos, bom ... esse cara, que quando era o atual era também o cara mais perfeito do mundo, vira a grande bosta da humanidade quando tudo termina! Era infantil, imaturo, não tinha um papo interessante, tinha chulé, ria de uma forma estranha. Todos os defeitos do mundo vão aparecer nessa pobre pessoa que até então era tão querida, a frase do momento se torna “ainda bem que acabou”, ou então “eu devia ter merda na cabeça pra ter ficado com ele”!
E o contrário também acontece. Aquele cara com quem agente não tinha afinidade nenhuma, não concordavam em nada, ele era dia e você noite, ele era balada e você boteco! Pois bem, esse infeliz que você deveria agradecer por não estar mais na sua vida se torna, do nada, no cara que você deveria ter dado mais valor, afinal ele era tão bacana, tão legal, todo mundo gostava dele!
O ser humano deve realmente ter algum sério problema na cabeça, só isso mesmo pra justificar tanta loucura! E nem adianta você me falar que não é assim, por que eu sei que é! Todo mundo é!
Sofremos de uma perda de memória terrível, e de uma hora pra outra, todos os defeitos e momentos ruins são perdoados e a única coisa que você lembra são dos bons momentos vividos. Ou então você fica que nem um louco tentando se lembrar de um único momento bom que teve ao lado do cara, e não consegue lembrar de nenhum!
E no final sabe o que acontece ? Você acaba mais uma vez correndo atrás daquele pilantra que não vale um real, enquanto o outro que era um fofo te liga sem parar e você se irrita só de ver o numero dele no identificador de chamadas!
Daí você sai de novo com o imbecil, quebra a cara de novo e se tiver um pouco de sorte, cria ao menos um pingo de vergonha na cara e volta a enxergar a realidade como ela realmente é.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Nº 6 * Björk - Selma Songs


Bom, esse é realmente muito complicado. Faz dias que eu to ensaiando pra escrever sobre esse CD e não começo, por que falar de Björk é algo realmente muito complicado, e falar de "Selma Songs" é mais complicado ainda. Esse CD é a trilha sonora do filme “Dançando no Escuro”, que pra mim é o melhor filme já feito no mundo! Se você ainda não viu o filme, veja! Mas escolha o dia certo pra ver, o filme é triste, muito triste, e pode te fazer ficar deprimido por um bom tempo (eu fiquei!).
O mais complicado pra mim em escrever sobre esse CD, é que é impossível falar dele sem falar do filme, o que torna tudo mais difícil. O CD original tem só 7 faixas, mas não tem como não falar das outras músicas que ficaram de fora do CD, até mesmo por que, em tempos de internet, a coisa mais fácil é buscar as músicas que estiverem faltando em MP3!
Selma, do titulo do CD, é a personagem principal do filme. Uma mulher batalhadora, imigrante nos EUA, que luta contra uma doença degenerativa que a esta deixando cega. Selma tem duas grandes paixões na vida, seu filho Gene, que sofre da mesma doença fazendo assim com que Selma trabalhe cada dia mais, para juntar dinheiro para pagar uma operação que livre o menino da doença, e musicais. Selma nutre uma paixão descontrolada por musicais, em seu mundo cada dia mais escuro e sem perspectivas, tudo se transforma quando a música começa a tocar.
O CD começa com Overture, literalmente uma preparação pro clima do CD. A Faixa é instrumental e começa a te levar pro mundo de Selma, pra alma de Selma. Um começo calmo, sem grandes perspectivas e no final uma explosão dramática.
Björk sempre usa instrumentos diferentes nas suas músicas, mas em Cvalda ela se supera, barulhos de máquinas de uma fabrica dão o tom pra música que é uma das poucas “animadas” do CD. Cvalda é uma viajem de Selma, praticamente um delírio, o delírio de um grande musical. Mesmo sem nunca ter visto o filme é possível sentir o clima de musical nessa música, se você fechar os olhos dá pra imaginar nitidamente as pessoas dançando juntas ao som da música.
Selma esta ficando cega, mas isso não é importante pra ela. Selma vive num mundo de sons, onde ver não é o mais importante. “I've Seen It All é sobre isso, sobre o quanto a maior parte das pessoas dá importância a coisas que no fundo não tem nenhuma importância. Essa música foi escolhida como música de trabalho do CD, tem um clipe lindo, e concorreu ao Oscar de melhor canção, deveria ter ganhado, a voz de Björk está tão limpa, tão suave, tão tocante, que ela realmente te convence que no final, realmente não importa, você pode já ter visto de tudo, mas qual o valor desse tudo?
Scatterheart começa quase como uma canção de ninar, mas o clima muda logo após o primeiro minuto da música, criando um clima meio soturno, uma conversa musicada com Selma tentando te convencer que as coisas não precisam ser tão ruins, tudo é uma questão de como você enxerga as coisas. No meio da música, tudo para e você pensa que acabou, mas daí vem uma nova conversa, e nessa segunda parte Selma já aparenta mais sofrimento, mais desespero. Sirenes tocando ao fundo e violinos misturados com o som de um riacho dão o tom da música.
Toda vez que escuto In The Musicals tenho a sensação de ser um jogo de basquete, não sei por que! Aliás, sei! A música começa com barulho de pés escorregando numa quadra, assim calminha, e como em todo musical vai aumentando gradativamente até explodir em sons e na voz de Björk. Björk usa nessa música quase todos os elementos de musicais, sapateados, violinos, tambores, são tantos sons diferentes ao mesmo tempo, uma atmosfera tão grande de alegria, a vontade é de sair sapateando junto.
My Favorite Things não está no CD, é uma música que só é interessante pra quem já viu o filme. Selma canta chorando, como se o choro pudesse afastar as dores e tudo de ruim que existe no mundo. Nessa música você percebe o espírito de lutadora de Selma, ela não se deixa derrubar, e o que começou com lágrimas termina com a reação firme de Selma, de nunca abaixar a cabeça para os problemas.
Outra música que também não está no CD é “107 Steps, uma contagem regressiva pro próximo ato.
Dear Gene - Next To Last Song é a penúltima música do filme, ela não está no CD e eu realmente não sei o por que! É uma das músicas mais lindas do mundo, e ainda é capaz de me levar às lágrimas só de ouvir ela. Começa num tom meio resignado, mas muda completamente. Selma, não desiste, não abaixa a cabeça, este não é o final, não é a última canção, o musical não vai acabar ... mas acaba, e de uma forma tão bruta que dependendo do dia, ainda me dá um negócio no estômago quando escuto.
Todo bom musical precisa de um bom final, New World é isso, um grande final, um testamento de Selma. A música é a mais pop do CD, sem que isso interfira em nada na sua qualidade. É um ultimo ato, é Selma dizendo que mesmo depois de tudo o que passou, de todo o sofrimento, ainda pode existir um final feliz. A música tem uma orquestra tocando que é simplesmente fabulosa, nos eleva pra um clima de otimismo total, de que no final as coisas sempre dão certo.
Reza lenda que Björk só fez o filme pra salvar as músicas desse CD. O diretor do filme teria contratado Björk pra escrever as músicas do filme, e depois de dois anos de trabalho, quando tudo estava pronto, ele ficou tão fascinado com o resultado, que disse que só faria o filme se tivesse Björk interpretando Selma, caso contrario o projeto seria engavetado. Pra salvar sua obra, Björk aceitou o papel mesmo sem nunca ter trabalhado como atriz, e acabou fazendo um trabalho maravilhoso que resultou num filme fantástico e em um CD essencial.
Eu sei que nem todo mundo gosta de Björk, e que nem todo mundo gosta de musicais, mas “Selma Songs” merece pelo menos que você escute uma vez, pra experimentar. Acho impossível não se apaixonar pela história de Selma.

fevereiro