quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Nº 3 * Des'ree - I Ain't Movin'

Dificilmente eu vou conseguir colocar em palavras o real significado da Desree na minha vida. Sou apaixonado pela música dela desde que eu ouvi pela primeira vez, suas músicas marcaram momentos super importantes da minha vida e eu tenho “Dream Soldier” (título do seu último CD) tatuado no meu tornozelo.
Desree não é uma cantora muito conhecida, ela até tem duas músicas (Life e You Gotta Be) que são super famosas, mas dificilmente alguém sabe realmente quem ela é. Mas pra mim ela é uma das cantoras mais importantes dos anos 90, tanto que
You Gotta Be esta presente em todo tipo de coletânea musical dessa época.
I Ain’t Movin’ é o segundo CD de sua carreira, CD que trouxe a fama pra ela na Europa e nos EUA. O tipo de som do CD é algo único, muita percussão, pouco ou quase nada de instrumentos eletrônicos e a voz de Desree simplesmente perfeita.
Um barulho de chuva abre o CD, Desree começa a música conversando com a platéia e então finalmente se inicia
Herald The Day e se você acha que a Mariah Carey tem agudos fortíssimos é por que nunca ouviu essa música, mas não são agudos forçados, pelo contrário, se encaixam perfeitamente ao clima da música, que tenta mostrar as tempestades da vida e como elas sempre passam. Um dia perfeito pode começar com uma grande tempestade, o que vale é enxergar o que esta além.
Crazy Maze é uma música urgente, nos alerta sobre os problemas do mundo, tudo bem que o CD foi lançado em 1992, mas continua super atual. Desree usa essa música para falar sobre valores, sobre tudo aquilo que a sociedade julga importante e o quanto isso tudo na verdade é tão frívolo. Mas ela não soa chata, ela sabe como ser militante sem se tornar maçante, leva a música com urgência mas de forma tranqüila.
You Gotta Be foi a música que mudou a minha vida! Pode até parecer exagero mas não é! Essa foi a primeira música que ouvi Desree cantando e tem a letra mais perfeita do mundo, perfeita pra se ouvir naqueles dias em que você esta se sentindo um nada e sem lugar no mundo. “Você pode ser!” E não importa o que você deseja ser, você pode! Com certeza se um dia eu gravar um CD com a trilha sonora da minha vida, essa seria a faixa 1, e deveria ser a primeira faixa na vida de todo mundo que um dia achou que não iria conseguir algo. Só uma dica, além de ouvir a música, veja o clipe!
Desree escreve a letra de todas as suas canções, e eu acredito que esse seja um dos grandes motivos de eu ter tanta admiração por ela, por que uma pessoa qu
e escreve uma letra como a de Little Child merece todos os prêmios do mundo. Essa música talvez fique entre o Jazz e o Bolero, algo meio Sade, algo tão lindo que só não é melhor do que uma outra versão em voz e violão dessa mesma música. Desree consegue dar o tom certo nessa música, um tom de lamento mas sem ser triste.
Mas ela também sabe fazer música animada, e
Strong Enough prova isso! Desree mostra uma outra faceta sua nessa música, botando a banda toda pra tocar, misturando o clássico com o moderno (da época!) e fazendo dessa música uma divertida Jam Session.
Então Desree nos convida pra uma viagem em
Trip On Love. Sabe aquele clima de fim de tarde na praia que eu sempre falo? Ta aqui nessa música também! Super leve, divertida e mais uma vez com os agudos fantásticos. O legal dessa música é que Desree faz um verdadeiro dueto com ela mesma nessa música, coisa de louco total, mas é isso mesmo, é como se ela se dividisse em duas vozes e personalidades diferentes pra compor esse dueto.
Voz, violão e mais nada, até mesmo por que ela não precisa de nada além disso! Essa é
“I Ain’t Movin’” na maior parte do tempo, pura simplicidade, com no máximo uma percussão pra acompanhar algumas partes da música e um violino vez ou outra. E a voz dela é tão crua nessa música, ela não canta, fala com quem ta ouvindo, conta uma história, uma linda história. A música apesar de calma segue um ritmo tão rápido que as vezes dá a impressão de que ela vai perder a respiração na próxima estrofe, mas ela segue em frente!
E ela também sabe ser sexy! E faz isso em
Living In The City”, uma espécie de hino de amor a alma cosmopolita. Ela canta de forma suave mas sexy, brincando com a própria voz e com o seu amor pela cidade grande. A música tem uma levada funk bem sutil e um lado meio jazz que também é ótimo. Na verdade definir o estilo de Desree é algo super complicado, nada se encaixa e tudo se encaixa!
Tem uma coisa que eu acho super legal nas músicas dela, eu não sei muito bem que tipo de teclado se usava na época, mas existe um som de teclado presente nas músicas dela que eu nunca ouvi em nenhuma outra música. E é esse teclado que dá o tom de
In My Dreams, música animadinha que já vai dando um tom de final pro CD, final feliz é claro! Desree fala dos seus sonhos, e de como eles são simples mesmo quando são impossíveis.
Mas a música que vem pra fechar realmente o CD é a linda
Love Is Here, uma balada romântica no melhor estilo da época. Mais uma vez Desree mostra que não precisa de muita coisa além de sua voz pra fazer suas músicas, e aqui, ela somente um piano. Mas falar que essa é uma canção de amor é muito pouco, é mais do que isso, é uma canção de muito amor, amor sofrido, doloroso, daqueles que realmente fazem o peito doer. É a trilha sonora dos corações partidos, dos corações desenganados. A música tem um clima de sofrimento tão grande, que chega a dar um negócio no peito só de ouvir. É realmente um tipo de canção de amor que não se faz mais.
Desree na verdade não era uma cantora tão desconhecida, na sua Inglaterra natal ela ficou bastante famosa e chegou a ganhar vários prêmios importantes, mas hoje, depois de tantos problemas com a sua gravadora, ela simplesmente decidiu parar de cantar, e não faz nem shows mais, uma pena pois eu daria todo o dinheiro do mundo pra ver ela cantando ao vivo ao menos uma vez.

Um comentário:

Rafael Angelo disse...

Des'Ree é realmente muito boa. única música que não consigo ouvir inteira é a que serviu de trilha sonora para Romeu e julieta com Dicaprio; creio que o nome é Cupid, muito longa e reptitiva. Mas as outras são clássicas.

fevereiro