quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Nº 1 * Madonna - Ray Of Light


A música pop era algo bem comum no ano de 1998, dificilmente alguém fazia algo um pouco diferente, mas para Madonna ser comum e fazer igual nunca é interessante. Por isso ela resolveu se juntar a produtores novos e desconhecidos pra fazer algo totalmente diferente do que era feito até então.
É claro que em 1998 já existia música eletrônica, mas não é exagero nenhum afirmar que Madonna foi a responsável por inserir a música eletrônica no pop. Até então a coisa era meio segmentada, existia o trip-hop do Portishead, Massive Atack, e existia também os batidões eletrônicos do Prodigy, mas Madonna foi a primeira a juntar tudo isso no liquidificador do pop.
Acho que o primeiro flerte de Madonna com a música eletrônica foi em
“Bed Time Stories” (a música, não o álbum), e logo depois o casamento ficou mais sério com a gravação da balada “I Want You” ao lado do Massive Atack.
Mas a verdade é que diversos fatores influenciaram a grande mudança nas sonoridades de Madonna, ela tinha acabado de ser mãe pela primeira vez, acabado de completar 40 anos e de se converter a Cabalah. Junte tudo isso ao espírito inovador de Madonna e produtores excelentes e pronto, esta feito o melhor CD da carreira da Madonna e além disso um CD que mudou completamente a música pop. Hoje é completamente impossível ouvir um CD pop que não tenha recursos da música eletrônica, e tudo começou com Ray Of Light.
A nova personalidade de Madonna já da as caras logo no inicio, sai a garota materialista e entra a mãe cabalista.
“Drowned World/Substitute for Love” é uma linda balada que fala sobre o que é (ou deveria ser!) importante na vida, é uma canção sobre ter tudo e perceber que esse tudo na verdade não é nada. A música começa calma num clima de trip-hop de muita classe, totalmente eletrônica e a voz de Madonna linda como nunca. Do meio pro final a música vai ficando mais urgente com Madonna quase gritando a letra, como se tivesse uma urgência enorme de que o mundo todo ouvisse esta canção e aprendesse essa lição, apenas a primeira do CD.
Mas a calmaria da primeira música não dura muito,
“Swim” vem logo depois pra começar a agitar o clima. Os efeitos na voz de Madonna nessa música são ótimos, e dão uma impressão de que em um momento ela esta cantando no fundo da sala e logo depois do teu lado! É super animadinha sem ser super dançante, e tem uma letra super séria sobre a realidade da nossa sociedade, pra fazer pensar e divertir ao mesmo tempo!
Ela realmente deve ter sido tocada por um raio de luz quando fez essa música
. “Ray of Light” é a música perfeita, seja pra começar ou pra terminar o dia, impossível não se animar, impossível ficar parado, impossível não cantar junto. Guitarras fortíssimas e batidões eletrônicos por toda a música pra animar mesmo a galera, pra esquecer de todos os problemas, jogar tudo pro alto e mandar o mundo se foder.
Este CD é onde começa a vida eletrônica da Madonna, mas também é onde ela começa a flertar com o rock.
“Candy Perfume Girl” começa com uma guitarra bem suave, quase uma semibalada rock eletrônica. Música feita pra divertir, sem ter muito o que dizer, mas mesmo assim diz! No final da música uma Madonna mais furiosa aparece com a guitarra na mão e espalhando o seu doce perfume.
“Skin” é a minha música preferida da Madonna, posso ficar horas ouvindo ela repetidas vezes. A canção é urgente, me passa a impressão de que o mundo vai acabar em um minuto e tenho que fazer tudo o que nunca fiz neste minuto. É uma música que me da animo pra fazer qualquer coisa, mesmo que o dia tenha sido uma bosta, aliás, sempre escuto essa música antes de sair pra balada, é como um ritual de preparação, na verdade pra mim todo mundo deveria escutar essa música de manhã antes de sair de casa.
Neste CD não estão apenas as melhores músicas da Madonna pra mim, estão também as melhores letras, as mais confessionais, e as mais reflexivas, como em
“Nothing Really Matters” onde mais uma vez Madonna questiona o valor que damos as coisas. É incrível a forma que ela coloca uma letra tão séria num batidão feito pra dançar e mesmo assim funciona. Pra mim funciona como uma música de volta por cima, de redenção, de seguir em frente apesar de todos os problemas. Foi o último single lançado do CD, e é uma das melhores do álbum, além de ter um clipe perfeito.
Este CD é super influenciado pela cabalah, e
“Sky Fits Heaven” tem uma das letras onde mais se percebe esta influência. A música é mais uma vez Madonna usando a pista de dança para tratar de assuntos sérios. A música é rápida, uma lição que tem que ser pega no ar e encerra o lado mais agitado do CD com batidas fortes e mais uma vez guitarras distorcidas. Música pra correria do dia a dia, pra ouvir enquanto esta atrasado e pensar na vida que se leva.
Que outra cantora teria a audácia de colocar em seu CD um mantra? Madonna faz isso em
“Shanti/Ashtangi”, uma linda prece que Madonna transformou em uma pérola eletrônica. E funciona! A música se encaixa perfeitamente no clima do CD, e você acaba cantando junto mesmo sem saber o que esta cantando!
Madonna realmente queria inovar neste CD, fazer algo completamente diferente de tudo o que já tinha sido feito, inclusive por ela.
“Frozen” é a música que deu partida nesta mudança, foi o primeiro single do álbum e não teria melhor escolha, a música é linda e vai ficar pra sempre marcada como um dos grandes sucessos da carreira dela. A Canção é uma balada sobre como as pessoas devem abrir o coração e se entregar num relacionamento e na vida. Mais uma lição que Madonna nos ensina, e de forma fantástica, pra mim esta é uma das melhores músicas de todos os tempos, além de ser o meu clipe preferido entre todos. A voz de Madonna nessa música esta tão doce, tão franca, e nos leva pra uma viagem pra dentro de nós mesmos, uma viagem através dos nossos sentimentos e medos.
E nesse Cd também tem canção para os corações partidos, a linda
“The Power of Goodbye”, onde Madonna parece mais uma vez escancarar os seus sentimentos e toda a sua dor por um amor que se foi. Mas a mensagem da música é clara, por mais difícil que seja, o adeus as vezes é necessário e faz um bem danado. Música pra chorar por que o namoro terminou, mas já olhando a luz no fim do túnel.
Alguma vez você já quis muito alguma coisa e viu essa coisa escapar das suas mãos? Pois este é o sentimento envolvido em
“To Have and Not to Hold”, música perfeita pra alguém que já perdeu alguém que amava muito. É uma balada com um fundo latino, que fala sobre o quanto as coisas são passageiras em nossa vida, sobre as coisas que temos hoje em nossa mão mas que na verdade não possuímos.
Madonna tinha acabado de ser mãe quando gravou este CD, e as mudanças da maternidade estão presentes em todas as letras, mas é em
“Little Star” que ela faz uma homenagem a sua filha (e a todos nós!). A música é linda, uma verdadeira declaração de amor. Cantei muito essa música para o meu sobrinho quando ele era um bebê, pra que ele entendesse o quanto ele era especial. E essa música é exatamente isso, uma grande declaração de amor a qualquer pessoa que seja especial em sua vida.
Pra fechar o CD a música escolhida foi
“Mer Girl”
, que pra mim é a prova de que Madonna além de cantora é uma grande poeta. A letra dessa música é perfeita e extremamente confessional. Madonna escancara os seus sentimentos pra quem quiser ver. Esta música pra mim é quase um epitáfio, a história de uma vida, de uma vida bem vivida.
Madonna realmente mudou a música pop com este CD, abriu caminho pra um monte de gente nova de boa e de má qualidade, mas infelizmente nunca mais fez um álbum tão perfeito como esse, onde tudo simplesmente se encaixa, letras, voz, instrumentos, batidas , nada esta fora do contexto nesse CD. Agora o que resta é somente esperar que um dia ela faça algo que ao menos se compare a este CD.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Textinho que eu roubei do orkut da Dan, minha mais nova amiga de infância!

Eu não sei bem quem sou. Provavelmente eu nem seja mais... nem menos. Mas eu me lembro de quem eu fui e, acreditem, eu voava, quando costumava ser! Era tão fácil...! Eu tinha só sete anos. Bastava ficar 'na ponta dos pés' e eu já estava no teto. O tempo mudou tantas coisas... eu não sei mais quem eu sou, não sei mais se chego a ser, não sei mais nada de mim. Eu só sei que um dia eu tive sete anos... e só nessa época eu soube voar!

fevereiro