quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Pra Ouvir!

*Alicia Keys & Jack White - Another Way To Die
*Amy Winehouse - Beat The Point To Death
*Appleton - Let It All Hang Out
*Asa - Subway
*Beyoncé - Kick Him Out
*Cibelle - London, London (Feat. Devendra Banhart)
*Cyndi Lauper - Echo
*Erykah Badu - Honey
*Fantasia - You Were Always On My Mind
*Gabriella Cilmi - Sweet About Me
*Gin Wigmore - Stealing Happiness
*Gossip - Listen Up! (2007 Version)
*Julieta Venegas - Limon Y Sal
*Mariza - Chuva
*Mayra Andrade - Tunuka
*Nikka Costa - I Gotta Know
*Nneka - Suffri
*Pink - I Have Seen The Rain
*Something Sally - Circles

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Nº 3 * Des'ree - I Ain't Movin'

Dificilmente eu vou conseguir colocar em palavras o real significado da Desree na minha vida. Sou apaixonado pela música dela desde que eu ouvi pela primeira vez, suas músicas marcaram momentos super importantes da minha vida e eu tenho “Dream Soldier” (título do seu último CD) tatuado no meu tornozelo.
Desree não é uma cantora muito conhecida, ela até tem duas músicas (Life e You Gotta Be) que são super famosas, mas dificilmente alguém sabe realmente quem ela é. Mas pra mim ela é uma das cantoras mais importantes dos anos 90, tanto que
You Gotta Be esta presente em todo tipo de coletânea musical dessa época.
I Ain’t Movin’ é o segundo CD de sua carreira, CD que trouxe a fama pra ela na Europa e nos EUA. O tipo de som do CD é algo único, muita percussão, pouco ou quase nada de instrumentos eletrônicos e a voz de Desree simplesmente perfeita.
Um barulho de chuva abre o CD, Desree começa a música conversando com a platéia e então finalmente se inicia
Herald The Day e se você acha que a Mariah Carey tem agudos fortíssimos é por que nunca ouviu essa música, mas não são agudos forçados, pelo contrário, se encaixam perfeitamente ao clima da música, que tenta mostrar as tempestades da vida e como elas sempre passam. Um dia perfeito pode começar com uma grande tempestade, o que vale é enxergar o que esta além.
Crazy Maze é uma música urgente, nos alerta sobre os problemas do mundo, tudo bem que o CD foi lançado em 1992, mas continua super atual. Desree usa essa música para falar sobre valores, sobre tudo aquilo que a sociedade julga importante e o quanto isso tudo na verdade é tão frívolo. Mas ela não soa chata, ela sabe como ser militante sem se tornar maçante, leva a música com urgência mas de forma tranqüila.
You Gotta Be foi a música que mudou a minha vida! Pode até parecer exagero mas não é! Essa foi a primeira música que ouvi Desree cantando e tem a letra mais perfeita do mundo, perfeita pra se ouvir naqueles dias em que você esta se sentindo um nada e sem lugar no mundo. “Você pode ser!” E não importa o que você deseja ser, você pode! Com certeza se um dia eu gravar um CD com a trilha sonora da minha vida, essa seria a faixa 1, e deveria ser a primeira faixa na vida de todo mundo que um dia achou que não iria conseguir algo. Só uma dica, além de ouvir a música, veja o clipe!
Desree escreve a letra de todas as suas canções, e eu acredito que esse seja um dos grandes motivos de eu ter tanta admiração por ela, por que uma pessoa qu
e escreve uma letra como a de Little Child merece todos os prêmios do mundo. Essa música talvez fique entre o Jazz e o Bolero, algo meio Sade, algo tão lindo que só não é melhor do que uma outra versão em voz e violão dessa mesma música. Desree consegue dar o tom certo nessa música, um tom de lamento mas sem ser triste.
Mas ela também sabe fazer música animada, e
Strong Enough prova isso! Desree mostra uma outra faceta sua nessa música, botando a banda toda pra tocar, misturando o clássico com o moderno (da época!) e fazendo dessa música uma divertida Jam Session.
Então Desree nos convida pra uma viagem em
Trip On Love. Sabe aquele clima de fim de tarde na praia que eu sempre falo? Ta aqui nessa música também! Super leve, divertida e mais uma vez com os agudos fantásticos. O legal dessa música é que Desree faz um verdadeiro dueto com ela mesma nessa música, coisa de louco total, mas é isso mesmo, é como se ela se dividisse em duas vozes e personalidades diferentes pra compor esse dueto.
Voz, violão e mais nada, até mesmo por que ela não precisa de nada além disso! Essa é
“I Ain’t Movin’” na maior parte do tempo, pura simplicidade, com no máximo uma percussão pra acompanhar algumas partes da música e um violino vez ou outra. E a voz dela é tão crua nessa música, ela não canta, fala com quem ta ouvindo, conta uma história, uma linda história. A música apesar de calma segue um ritmo tão rápido que as vezes dá a impressão de que ela vai perder a respiração na próxima estrofe, mas ela segue em frente!
E ela também sabe ser sexy! E faz isso em
Living In The City”, uma espécie de hino de amor a alma cosmopolita. Ela canta de forma suave mas sexy, brincando com a própria voz e com o seu amor pela cidade grande. A música tem uma levada funk bem sutil e um lado meio jazz que também é ótimo. Na verdade definir o estilo de Desree é algo super complicado, nada se encaixa e tudo se encaixa!
Tem uma coisa que eu acho super legal nas músicas dela, eu não sei muito bem que tipo de teclado se usava na época, mas existe um som de teclado presente nas músicas dela que eu nunca ouvi em nenhuma outra música. E é esse teclado que dá o tom de
In My Dreams, música animadinha que já vai dando um tom de final pro CD, final feliz é claro! Desree fala dos seus sonhos, e de como eles são simples mesmo quando são impossíveis.
Mas a música que vem pra fechar realmente o CD é a linda
Love Is Here, uma balada romântica no melhor estilo da época. Mais uma vez Desree mostra que não precisa de muita coisa além de sua voz pra fazer suas músicas, e aqui, ela somente um piano. Mas falar que essa é uma canção de amor é muito pouco, é mais do que isso, é uma canção de muito amor, amor sofrido, doloroso, daqueles que realmente fazem o peito doer. É a trilha sonora dos corações partidos, dos corações desenganados. A música tem um clima de sofrimento tão grande, que chega a dar um negócio no peito só de ouvir. É realmente um tipo de canção de amor que não se faz mais.
Desree na verdade não era uma cantora tão desconhecida, na sua Inglaterra natal ela ficou bastante famosa e chegou a ganhar vários prêmios importantes, mas hoje, depois de tantos problemas com a sua gravadora, ela simplesmente decidiu parar de cantar, e não faz nem shows mais, uma pena pois eu daria todo o dinheiro do mundo pra ver ela cantando ao vivo ao menos uma vez.
"As nossas cicatrizes têm o poder de nos recordar que o passado foi real."

terça-feira, 16 de setembro de 2008

"Mrs. Dalloway, sempre dando festas para esconder a solidão"

A grande verdade é que eu tenho sérios problemas pra lidar com algumas feridas, me faço de forte, passo por cima dos meus sentimentos, fazendo de conta que sempre esta tudo bem!
O problema esta no fato de algumas feridas sempre insistirem em voltar a sangrar, parecendo que na verdade nunca foram cicatrizadas, e não foram! Acabo fugindo de tudo aquilo com que eu não consigo lidar, passo por cima, finjo que esqueço, pulo pra outra, e dessa forma vou mantendo certas feridas abertas, colecionando esses machucados que ainda teimam em sangrar. Daí um belo dia eu resolvo cutucar essas feridas, elas tão lá quietas, quase esquecidas, mas eu vou lá e cutuco, numa atitude masoquista de quem acredita que simplesmente não adianta passar por cima de tudo e seguir em frente, certas feridas são pra ser vividas.
Mas a verdade é que tem coisas que agente vai perdendo pelo caminho, o destino vai se encarregando de decidir quem vai e quem fica, sem nem ao menos pedir a nossa opinião pra saber o que agente acha de tudo isso. Daí um belo dia agente bate de frente com uma dessas feridas que foi levada pelo destino e fica aqui, largado num cato da casa tentando entender o por que as vezes esse tal de destino é tão cruel, e o por que quase sempre ele não concorda com agente.
Eu sempre preferi acreditar que as coisas acontecem exatamente como devem acontecer, que tudo o que foi era pra ser e o que não foi, bom, foi melhor assim. Mas como agente lida com isso? Como agente lida com as coisas que não foram e ninguém parou pra nos explicar o motivo? Como agente lida com essas feridas que ainda teimam em sangrar?
Ainda continuo passando por cima dessas feridas que eu não sei lidar, ainda continuo acreditando que essas feridas são necessárias, mas ainda prefiro que elas fiquem lá, guardadas num canto do meu coração em que eu nunca, ou quase nunca vou.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Pra Ouvir!

*Appleton - Sugarman
*Jordin Sparks - One Step At A Time
*Kelly Rowland - Daylight
*Joss Stone - My God
*Madonna - Triggering Your Senses

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Nº 4 * Amy Winehouse - Back To Black


Louca, bêbada, drogada, podem falar o que quiser sobre Amy Winehouse, mas uma coisa ninguém pode negar, ela tem muito talento.
Conheci o trabalho de Amy bem antes de ela ficar famosa no Brasil. Logo que ela lançou o seu primeiro álbum (Frank) eu já tive acesso as musicas dela, e era algo impressionante. Com sua voz forte, emocionada, ela me conquistou logo na primeira música. Amy lembra as grandes cantoras negras de antigamente, não só pela sua voz mas também pelo seu estilo, eu me lembro de como fiquei surpreso ao ver uma foto sua pela primeira vez, uma garota branca, com cara de rica, e fazendo um tipo de música negra que a muitos anos não se ouvia.
Amy é o tipo de caso de artista engolido pela fama, os problemas com álcool e drogas já existiam, mas foi somente depois de começar a fazer sucesso que as coisas pioraram. Se prestarmos atenção, já da pra perceber uma certa diferença na voz dela entre o primeiro e o segundo CD, mas Amy continuou, e pegou todos problemas pessoais que surgiram com a fama do seu primeiro álbum, e fez um segundo CD ainda melhor.
Back To Black é uma obra prima, acho que nunca no mundo da música alguém escreveu musicas tão pessoais e tão diretas quanto Amy nesse CD. Amy praticamente não usa meias palavras, é direta, não tem pudores, sua musica é crua, completamente diferente do que estamos acostumados a ouvir hoje em dia.
O triste de tudo isso é ficar imaginando quanto tempo Amy ainda vai durar. Ela tem um talento que a faria certamente permanecer pra sempre no hall das grandes divas da música, mas hoje, com tantos problemas por conta das drogas que usa, ela vai acabar sendo lembrada apenas como uma grande cantora que foi morta pelo vício.
Amy está no fim, acho muito difícil que nessa altura do campeonato ela ainda consiga se recuperar do vício, largar as drogas e voltar a ter uma vida um pouco mais normal. Mas por outro lado, isso é Amy, todos esses problemas fazem parte do que ela é, e talvez o seu talento venha justamente disso, de não esconder os problemas, mas sim cantar todos eles.
Rehab abre o CD já explicando como Amy enfrenta as coisas “They tried to make me go to rehab but I say no, no, no”. Logo na primeira música Amyescancara sua vida pessoal e seu relacionamento com as drogas, e mais, deixa bem claro que se isso tudo é um problema para os outro, pra ela não é! A banda perfeita que a acompanha faz da música um clássico, todo mundo sempre vai se lembrar de Amy e todo mundo sempre vai se lembrar de Rehab.
Amy além de tudo é sempre muito irônica em suas letras, essa é a sua forma de encarar as coisas e em You Know I’m No Good, usa essa ironia pra falar de amor, ou a falta disso! A canção fala de um caso de amor que não deu certo, e enquanto ele perde tempo tentando entender o que deu errado, Amy simplesmente segue em frente, foi bom, mas acabou, aliás ... nem foi assim tão bom.
E se realmente a intenção desse CD era voltar ao Black, Amy chega ao ápice em “Me & Mr Jones. O clima é de volta no tempo total, a banda, os vocais em estilo do woop e a voz de Amy simplesmente perfeita! Se essa música tivesse sido lançada a 50 anos atrás, com certeza seria um dos maiores sucessos da época e seria lembrada e cantada até os dias de hoje.
Just Friends tem uma levada meio reagge, aquele momento mais animadinho do baile, onde os casais começam a dançar menos românticos e mais animados. Uma canção simples, com uma melodia simples, uma letra fácil e o resultado é uma música encantadora.
Como sobreviver a um grande amor? Acho que essa é a pergunta central que Amy nos faz em Back To Black, e a resposta ela mesmo da, não se sobrevive! Essa é uma das mais lindas canções do CD, o clima é fúnebre, e é assim por que nessa música Amy sepulta o seu amor, nos mostra que a única forma de terminar um amor é mata-lo, cortar pela raiz. Amy fala mais uma vez de sua vida pessoal, do fim do seu relacionamento com seu marido e de como isso nunca poderia ter dado certo realmente. E então Amy fica realmente desolada e anuncia Love Is A Losing Game”, melancolia pura nessa canção, ela não chega a ser triste é só melancólica mesmo, é Amy entregando os pontos, desistindo dessa coisa estranha que é o amor. É música pra se dançar de rostinho colado pela ultima vez, uma despedida.
Tears Dry On Their Own é uma música mais animadinha, não que a letra seja sobre temas felizes, mas o clima é! Amy já se recupera, não vai perder o seu tempo com essa bobagem de sofrer, isso não adianta nada. O melhor a fazer é pegar outra bebida e puxar alguém pra dançar que o baile animou novamente.
Mas mesmo sendo tão forte, Amy tem um coração, e esse coração também sofre. Sabe quando você se faz de forte pros amigos, diz que ta tudo bem, mas quando chega em casa desaba? A trilha sonora vai ser Wake Up Alone ! A música é triste, um lamento de Amy pelo o amor que acabou, mas as coisas vão melhorar, ela vai seguir em frente!
E mais uma vez Amy volta ao Black, desta vez em “Some Unholy War. Mais uma vez o vozeirão, os vocais, só que desta vez com um sopro de modernidade, Amy volta ao black mas mantém um pé no hip hop com uma batida que dura a música toda!
E pra fechar o CD, a minha preferida. He Can Only Hold Her fecha o CD num clima perfeito, depois de todo o turbilhão de emoções das outras musicas, Amy nos apresenta essa canção leve, gostosa, chamando todo mundo pra dançar pela ultima vez. E Amy vai se despedindo em grande estilo, mais uma vez acompanhada de sua banda fantástica, e a música vai terminando e você pode perceber as pessoas indo embora com um grande sorriso na cara, a noite foi boa, passamos por todos os sentimentos e sobrevivemos.

Ouvir esse CD por um lado me deixa um pouco triste, Amy chegou no seu melhor nesse CD, e me fez imaginar todas as coisas maravilhosas que ela ainda iria fazer, mas agora, no meio de tantos problemas pessoais e drogas, tenho que me contentar com o que ela fez até aqui, que por sinal, foi muito mais do que um monte de gente tem feitos em anos por ai. Depois dela, todo dia pipocam na internet “novas Amy”, algumas muito boas outras nem tantos, mas nenhuma com a combinação de fatores que levaram Amy ao estrelato, ela é única, e não tem como ser copiada.

fevereiro