terça-feira, 16 de setembro de 2008

"Mrs. Dalloway, sempre dando festas para esconder a solidão"

A grande verdade é que eu tenho sérios problemas pra lidar com algumas feridas, me faço de forte, passo por cima dos meus sentimentos, fazendo de conta que sempre esta tudo bem!
O problema esta no fato de algumas feridas sempre insistirem em voltar a sangrar, parecendo que na verdade nunca foram cicatrizadas, e não foram! Acabo fugindo de tudo aquilo com que eu não consigo lidar, passo por cima, finjo que esqueço, pulo pra outra, e dessa forma vou mantendo certas feridas abertas, colecionando esses machucados que ainda teimam em sangrar. Daí um belo dia eu resolvo cutucar essas feridas, elas tão lá quietas, quase esquecidas, mas eu vou lá e cutuco, numa atitude masoquista de quem acredita que simplesmente não adianta passar por cima de tudo e seguir em frente, certas feridas são pra ser vividas.
Mas a verdade é que tem coisas que agente vai perdendo pelo caminho, o destino vai se encarregando de decidir quem vai e quem fica, sem nem ao menos pedir a nossa opinião pra saber o que agente acha de tudo isso. Daí um belo dia agente bate de frente com uma dessas feridas que foi levada pelo destino e fica aqui, largado num cato da casa tentando entender o por que as vezes esse tal de destino é tão cruel, e o por que quase sempre ele não concorda com agente.
Eu sempre preferi acreditar que as coisas acontecem exatamente como devem acontecer, que tudo o que foi era pra ser e o que não foi, bom, foi melhor assim. Mas como agente lida com isso? Como agente lida com as coisas que não foram e ninguém parou pra nos explicar o motivo? Como agente lida com essas feridas que ainda teimam em sangrar?
Ainda continuo passando por cima dessas feridas que eu não sei lidar, ainda continuo acreditando que essas feridas são necessárias, mas ainda prefiro que elas fiquem lá, guardadas num canto do meu coração em que eu nunca, ou quase nunca vou.

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