sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Nº 5 * Macy Gray - The Id

Id, uma das três instâncias básicas da personalidade, junto ao ego e ao superego. O id refere-se ao conjunto de impulsos instintivos do indivíduo, necessidades biológicas, desejos e motivações afetivas primárias que, sob o princípio do prazer, buscam uma realização imediata pressionando o ego, que opera com o sentido de realidade para obter tal realização.
The Id é o segundo CD da Macy Gray. Seu álbum de estréia já tinha sido um estouro de vendas nos Estados Unidos e muito aclamado pela critica, que começou a se referir a Macy como “a nova diva da black music”, e começou a compara-la com nomes de peso como Aretha Franklin. Com todo esse peso de responsabilidades nas costas, Macy lançou o seu segundo CD em 2001 com a tarefa de mostrar que era capaz de manter a mesma qualidade do CD anterior, e fez melhor, se superou!
The Id é um CD muito mais bem trabalhado que o anterior “On How Life Is”, Macy se mostra muito mais segura, a ponto de se colocar muitas vezes em segundo plano para que a fantástica banda que a acompanha se tornasse a estrela da canção. Já tive o prazer de ver Macy ao vivo, e no palco ela é puro id.
“Relating to a Psychopath” abre o CD já impondo o clima, a festa vai começar e temos uma louca no comando. Impossível não lembrar dos bailões de black de antigamente, mas tudo muito moderno, muito contemporâneo, com a voz de Macy algumas vezes modificada pelo computador.
Praia, Sol, uma caipirinha, fim de tarde, a musica que vai estar tocando é “Boo”, um tipo de musica que eu adoro, musica felizinha, calminha, que serve tanto pra se ouvir entre amigos como pra namorar num clima gostoso.
Um violino dá um tom meio mórbido, Macy começa a cantar meio que falando, ela dá um aviso aos ouvintes, se preparem é “Sexual Revolution”! Essa música é simplesmente fantástica, sem duvida alguma uma das melhores dela e o ponto alto de qualquer show que ela venha a fazer. A música não é só um convite a festa, é um verdadeiro convite a cair na gandaia e se render a todo tipo de prazer proibido. Impossível ficar parado!
E que tal colocar crianças pra cantar? Macy fez isso em “Hey Young World, Pt. 2”, e a musica é quase uma brincadeira, mas uma brincadeira séria, com uma mensagem linda, e com Macy se divertindo enquanto canta num verdadeiro clima de roda.
“Sweet Baby” foi o primeiro single do CD, e é muito óbvio o motivo. A voz rouca de Macy esta mais emocionante do que nunca, apaixonada, te chama a cantar junto. Uma canção de amor sem ser melosa.
É claro que se ela é a nova diva da black music, ela teria que ter um pezinho no funk. Em “Harry” Macy usa dessa fonte, mas mais uma vez de uma forma super moderna, aliás a musica é uma mistura louca, começa com uma espécie de rap e vai entrando numa onda mais funkeada, onde na maior parte da música Macy abandona os vocais pra dar lugar as suas maravilhosas backin vocals.
“Gimme All Your Lovin' or I Will Kill You”, precisa falar mais alguma coisa? Adoro a letra dessa musica, que Macy canta passando pra quem ouve um cinismo absurdo! Pra ela é uma coisa muito simples.
E Macy também sabe fazer baladas românticas. Mas esqueça essas baladinhas que você ta acostumado a ouvir no rádio, por que “Don't Come Around” é muito mais do que isso. Além de uma letra super confessional, a voz dela ta perfeita nessa musica, transmitindo a emoção exata, e você fica imaginando como essa mulher de voz rouca pode tornar essa mesma voz tão potente. Destaque também para os vocais dessa música que são feitos pela Sunshine Anderson. O minuto final dessa música é de fazer qualquer um cair de joelhos, mérito total de Macy, que além de cantar, controla toda a banda.
Bom, mas vamos voltar pra festa? “My Nutmeg Phantasy” é Macy cantando o que ela mais sabe cantar, músicas de vingança! Sim, ela faz lindas canções de amor, mas como ela é ainda melhor quando esse amor todo acaba. O clima é totalmente de bailão, todo mundo cantando junto, a banda toda tocando e cada hora um com mais destaque e pra terminar Angie Stone (perfeita!) funkeando muuuuuuito com Macy. E quando você pensa que vai acabar, não acaba, a musica vai se arrastando, dando aquele clima de fim de baile, de última musica, até acabar com todo mundo cantando junto de novo num duelo de vozes.
Pois é, mas ainda não acabou! Lembra da praia do inicio? Pois bem, voltamos a ela em “Freak Like Me”, na verdade uma canção de motivação, uma espécie de “I Will Survive” beeem mais calma. Mas é impossível ouvir e não se animar, é a típica musica feliz!
Senhoras e senhores, “Oblivion”! Musica de circo, não tem outra forma de definir essa música além disso. A música vai crescendo, crescendo, quase que explodindo, chegando a um ponto que você já ta quase perdendo o fôlego e acaba. Não sei definir muito além disso ... ah, já sei ... o melhor momento do show!

E aquele era realmente o melhor momento do show, não que “Forgiveness” seja ruim, muito pelo contrário, mas não serve como música pra fechar o CD, e na maioria das vezes você acaba tirando o CD antes que ela comece, o que é uma pena, por que apesar de estar mal posicionada no CD, é uma canção bonita, mas que infelizmente não mostra nada to talento que Macy demonstrou no CD inteiro. É a musica que deveria ter ficado de fora, e depois ter sido jogada na internet como um b-side, agradaria muito mais. Massss apesar de tudo isso a música não é de todo ruim, tanto que pra se redimir, Macy colocou a banda toda pra tocar no final da música, o que acaba sendo algo super bacana e que se estende em “Blowin' Up Your Speakers”, faixa instrumental que realmente fecha o CD.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Já reparou como a gente sempre muda de opinião sobre os homens que passam na nossa vida?
Hoje eu tava batendo um papo comigo mesmo (sim, sou esquizofrênico!), e eu acabei percebendo o quando as coisas mudam quando não estamos mais com o cara, e geralmente muda muito.
Aquele cara que era super bacana, de quem agente gostava tanto, o cara que todos os seus amigos gostavam, que você fez 1247 planos sobre o futuro juntos, bom ... esse cara, que quando era o atual era também o cara mais perfeito do mundo, vira a grande bosta da humanidade quando tudo termina! Era infantil, imaturo, não tinha um papo interessante, tinha chulé, ria de uma forma estranha. Todos os defeitos do mundo vão aparecer nessa pobre pessoa que até então era tão querida, a frase do momento se torna “ainda bem que acabou”, ou então “eu devia ter merda na cabeça pra ter ficado com ele”!
E o contrário também acontece. Aquele cara com quem agente não tinha afinidade nenhuma, não concordavam em nada, ele era dia e você noite, ele era balada e você boteco! Pois bem, esse infeliz que você deveria agradecer por não estar mais na sua vida se torna, do nada, no cara que você deveria ter dado mais valor, afinal ele era tão bacana, tão legal, todo mundo gostava dele!
O ser humano deve realmente ter algum sério problema na cabeça, só isso mesmo pra justificar tanta loucura! E nem adianta você me falar que não é assim, por que eu sei que é! Todo mundo é!
Sofremos de uma perda de memória terrível, e de uma hora pra outra, todos os defeitos e momentos ruins são perdoados e a única coisa que você lembra são dos bons momentos vividos. Ou então você fica que nem um louco tentando se lembrar de um único momento bom que teve ao lado do cara, e não consegue lembrar de nenhum!
E no final sabe o que acontece ? Você acaba mais uma vez correndo atrás daquele pilantra que não vale um real, enquanto o outro que era um fofo te liga sem parar e você se irrita só de ver o numero dele no identificador de chamadas!
Daí você sai de novo com o imbecil, quebra a cara de novo e se tiver um pouco de sorte, cria ao menos um pingo de vergonha na cara e volta a enxergar a realidade como ela realmente é.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Nº 6 * Björk - Selma Songs


Bom, esse é realmente muito complicado. Faz dias que eu to ensaiando pra escrever sobre esse CD e não começo, por que falar de Björk é algo realmente muito complicado, e falar de "Selma Songs" é mais complicado ainda. Esse CD é a trilha sonora do filme “Dançando no Escuro”, que pra mim é o melhor filme já feito no mundo! Se você ainda não viu o filme, veja! Mas escolha o dia certo pra ver, o filme é triste, muito triste, e pode te fazer ficar deprimido por um bom tempo (eu fiquei!).
O mais complicado pra mim em escrever sobre esse CD, é que é impossível falar dele sem falar do filme, o que torna tudo mais difícil. O CD original tem só 7 faixas, mas não tem como não falar das outras músicas que ficaram de fora do CD, até mesmo por que, em tempos de internet, a coisa mais fácil é buscar as músicas que estiverem faltando em MP3!
Selma, do titulo do CD, é a personagem principal do filme. Uma mulher batalhadora, imigrante nos EUA, que luta contra uma doença degenerativa que a esta deixando cega. Selma tem duas grandes paixões na vida, seu filho Gene, que sofre da mesma doença fazendo assim com que Selma trabalhe cada dia mais, para juntar dinheiro para pagar uma operação que livre o menino da doença, e musicais. Selma nutre uma paixão descontrolada por musicais, em seu mundo cada dia mais escuro e sem perspectivas, tudo se transforma quando a música começa a tocar.
O CD começa com Overture, literalmente uma preparação pro clima do CD. A Faixa é instrumental e começa a te levar pro mundo de Selma, pra alma de Selma. Um começo calmo, sem grandes perspectivas e no final uma explosão dramática.
Björk sempre usa instrumentos diferentes nas suas músicas, mas em Cvalda ela se supera, barulhos de máquinas de uma fabrica dão o tom pra música que é uma das poucas “animadas” do CD. Cvalda é uma viajem de Selma, praticamente um delírio, o delírio de um grande musical. Mesmo sem nunca ter visto o filme é possível sentir o clima de musical nessa música, se você fechar os olhos dá pra imaginar nitidamente as pessoas dançando juntas ao som da música.
Selma esta ficando cega, mas isso não é importante pra ela. Selma vive num mundo de sons, onde ver não é o mais importante. “I've Seen It All é sobre isso, sobre o quanto a maior parte das pessoas dá importância a coisas que no fundo não tem nenhuma importância. Essa música foi escolhida como música de trabalho do CD, tem um clipe lindo, e concorreu ao Oscar de melhor canção, deveria ter ganhado, a voz de Björk está tão limpa, tão suave, tão tocante, que ela realmente te convence que no final, realmente não importa, você pode já ter visto de tudo, mas qual o valor desse tudo?
Scatterheart começa quase como uma canção de ninar, mas o clima muda logo após o primeiro minuto da música, criando um clima meio soturno, uma conversa musicada com Selma tentando te convencer que as coisas não precisam ser tão ruins, tudo é uma questão de como você enxerga as coisas. No meio da música, tudo para e você pensa que acabou, mas daí vem uma nova conversa, e nessa segunda parte Selma já aparenta mais sofrimento, mais desespero. Sirenes tocando ao fundo e violinos misturados com o som de um riacho dão o tom da música.
Toda vez que escuto In The Musicals tenho a sensação de ser um jogo de basquete, não sei por que! Aliás, sei! A música começa com barulho de pés escorregando numa quadra, assim calminha, e como em todo musical vai aumentando gradativamente até explodir em sons e na voz de Björk. Björk usa nessa música quase todos os elementos de musicais, sapateados, violinos, tambores, são tantos sons diferentes ao mesmo tempo, uma atmosfera tão grande de alegria, a vontade é de sair sapateando junto.
My Favorite Things não está no CD, é uma música que só é interessante pra quem já viu o filme. Selma canta chorando, como se o choro pudesse afastar as dores e tudo de ruim que existe no mundo. Nessa música você percebe o espírito de lutadora de Selma, ela não se deixa derrubar, e o que começou com lágrimas termina com a reação firme de Selma, de nunca abaixar a cabeça para os problemas.
Outra música que também não está no CD é “107 Steps, uma contagem regressiva pro próximo ato.
Dear Gene - Next To Last Song é a penúltima música do filme, ela não está no CD e eu realmente não sei o por que! É uma das músicas mais lindas do mundo, e ainda é capaz de me levar às lágrimas só de ouvir ela. Começa num tom meio resignado, mas muda completamente. Selma, não desiste, não abaixa a cabeça, este não é o final, não é a última canção, o musical não vai acabar ... mas acaba, e de uma forma tão bruta que dependendo do dia, ainda me dá um negócio no estômago quando escuto.
Todo bom musical precisa de um bom final, New World é isso, um grande final, um testamento de Selma. A música é a mais pop do CD, sem que isso interfira em nada na sua qualidade. É um ultimo ato, é Selma dizendo que mesmo depois de tudo o que passou, de todo o sofrimento, ainda pode existir um final feliz. A música tem uma orquestra tocando que é simplesmente fabulosa, nos eleva pra um clima de otimismo total, de que no final as coisas sempre dão certo.
Reza lenda que Björk só fez o filme pra salvar as músicas desse CD. O diretor do filme teria contratado Björk pra escrever as músicas do filme, e depois de dois anos de trabalho, quando tudo estava pronto, ele ficou tão fascinado com o resultado, que disse que só faria o filme se tivesse Björk interpretando Selma, caso contrario o projeto seria engavetado. Pra salvar sua obra, Björk aceitou o papel mesmo sem nunca ter trabalhado como atriz, e acabou fazendo um trabalho maravilhoso que resultou num filme fantástico e em um CD essencial.
Eu sei que nem todo mundo gosta de Björk, e que nem todo mundo gosta de musicais, mas “Selma Songs” merece pelo menos que você escute uma vez, pra experimentar. Acho impossível não se apaixonar pela história de Selma.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Pra Ouvir ...

*Asa - Jailer
*Santogold - L.E.S. Artistes
*Skye - Love Show
*Van Hunt - Mean Sleep (Feat. Nikka Costa)
*Nikka Costa - Funkier Than A Mosquitoes Tweeter
*Nneka - Heartbeat
*Grace Jones - Corporate Cannibal
*Sigur Rós - Gobbledigook

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

"Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade...
Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!"

(Não dá pra confiar muito na internet, até mesmo por que eu já encontrei várias versões desse texto, mas essa é a mais completa e no site diz que é da Clarice Lispector)

sábado, 2 de agosto de 2008

Nº 7 * Shakira - MTV Unplugged

Eu adoro Unplugged´s! Acho super legal a iniciativa de um cantor abdicar de todos os recursos técnicos de um estúdio e gravar suas musicas de forma acústica, só a voz e a banda. Tudo bem, hoje em dia a coisa passa bem distante disso, mas existem alguns que ainda se tratam disso, um show intimista onde o cantor e sua banda dão o seu melhor em versões diferenciadas de seus grandes sucessos. E esse cd da Shakira é exatamente isso!
Quando ela gravou esse cd, Shakira ainda não era o fenômeno musical que é hoje, ela era só uma cantora colombiana com muito talento e que fazia sucesso na América Latina.
Ouvir esse cd não basta, o ideal é você assistir o dvd, mas pelo cd já dá pra ter uma grande noção de o quanto foi animada aquela noite, e o quanto Shakira estava a vontade, brincando, trocando confidencias com o publico e cantando de uma forma que explica o grande sucesso que ela tem hoje no mundo todo.

“Octavo Día” abre o cd, e não teria forma melhor. A letra dessa musica é fantástica, uma das melhores que ela escreveu até hoje! Shakira te leva a imaginar como seria se Deus resolvesse descer a Terra nos dias de hoje. É uma musica política, uma verdadeira lição de moral na forma de uma linda canção. Shakira consegue passar a mensagem sem se tornar chata.
Uma canção de amor? Uma canção de despedida? Uma canção sobre não querer mais?
“Si Te Vas” é tudo isso! Shakira no inicio da carreira era muito conhecida pelos remixes de suas musicas, mas ela sempre deixou bem claro que sua grande influencia é o rock, e nessa musica ela começa a mostrar esse seu lado, rock acústico sim, e muito bom por sinal!
Existe uma história engraçada sobre o segundo cd da Shakira, durante uma viagem uma das suas malas foi roubada, e dentro dessa mala estavam as composições do que seria o seu novo cd. Shakira teve que reescrever todas as musicas, o que segundo ela resultou um trabalho ainda melhor e uma nova canção que acabou dando nome ao cd.
“Dónde Están Los Ladrones” é uma das musicas mais rock no cd original, no Unplugged se tornou uma das mais animadas, mais uma vez com uma letra política, mas de forma super sutil, com uma gaita fantástica (tocada pela própria Shakira) e com um piano que dá um toque super irônico a faixa.
Imagina uma praia, fim de tarde, o Sol ta indo embora, você ta sentado na areia e o seu grande amor foi embora. A trilha sonora pra essa cena é
“Moscas Em La Casa”. Shakira é muito boa quando resolve escrever canções de amor, e melhor ainda quando são canções de perda! Nessa faixa ela também começa a nos mostrar toda a potencia da sua voz, mas ainda é só o começo.
A musica seguinte já era perfeita em sua versão original, mas Shakira a transformou na maior surpresa do cd! O que seria mais improvável do que levar um grupo de mariachi pra dividir o palco com ela? Foi exatamente isso que ela fez, transformando
“Ciega, Sordomuda” não só na musica mais divertida do cd, mas também na mais improvável! Shakira gosta de misturar, de surpreender, e aquilo que no inicio parecia uma má idéia se transforma no melhor momento do cd.
“Inevitable” é uma das minhas letras preferidas. Shakira mostra que um amor não correspondido não precisa ser triste. Não sou o que há de melhor, tenho todos os meus defeitos, e se você não enxerga isso, vou rir de tudo isso.
E o que fazer com um grande sucesso?
“Estoy Aquí” era até então a musica mais famosa de Shakira, mas cantar mais uma vez da mesma forma não combina com o estilo de Shakira. A musica já começa completamente diferente, bem mais calma do que o normal, como se Shakira estivesse te contando uma história que aconteceu com ela, as vezes quase sussurrando, mas daí a musica vai crescendo, o tom de voz vai aumentando, e quando agente acha que ela vai explodir, tudo volta a calmaria do começo. Mas isso é só pra nos instigar mais um pouco, por que a musica começa a crescer novamente até que explode no refrão com Shakira cantando de forma rápida e inconfundível, e ai a calmaria volta mais uma vez, quase sussurrante e explode num final que deixa a todos sem respiração imaginando de onde ela tirou tanto ar!
Em
“Tú” Shakira se abre pra platéia, mostra que também é humana e que também sofre e acho que justamente por isso essa é uma das minhas canções de amor preferida. A dor com que ela canta esse amor, a emoção que ela coloca em sua voz é algo tão profundo que é impossível não chorar com ela. E o mais fantástico de tudo é a forma como ela é simples nas palavras, ela sofre como cada um de nós, sem meias palavras, bem simples! O final dessa musica é quase um tango, o que dobra o tom de sofrimento da musica e triplica a qualidade da canção.
E mais uma vez ela abre o coração, mostrando que ela não só escreveu tudo o que canta, mas também viveu tudo isso.
“Sombra De Ti” é a mais fraca do cd, mas mesmo quando não dá o seu melhor Shakira ainda esta acima da média.
Então é hora de preparar o clima pro grande final, e Shakira mais uma vez resolve inovar, pega
“No Creo”, que até então era a mais rock de todos os seus sucessos e transforma num reggae!!!

Bom, nenhum show é um bom show se não tiver um “grand finalle”, e a musica escolhida pra fechar o cd é a perfeita “Ojos Asi”. Mas primeiro se cria um clima. A introdução da musica vai te levando pro meio de um deserto, se você fechar os olhos consegue imaginar toda a cena que vai sendo criada, uma fogueira, homens tocando violões árabes, mulheres dançando e eis que surge Shakira, com seu inconfundível requebrado e sua inconfundível voz. Essa musica não poderia ser cantada por nenhuma outra pessoa, ela é a própria Shakira em forma de canção, e somente Shakira tem o poder de parar a musica no meio, deixar apenas os tambores tocando pra que ela possa dançar, e você que não esta vendo nada, só ouvindo, entra completamente no clima e se não se segurar sai dançando junto pela sala. Quando volta, ela já esta cantando no seu ouvido, te contando um segredo, sensual como nunca, daí ela volta pro centro da roda (e das atenções) pra finalizar a musica e sair sem que ninguém veja pra onde e deixando todos completamente enfeitiçados.

fevereiro